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Cão é eletrocutado, e tutores só conseguem resgatar corpo 30 horas depois

do UOL

Do UOL, no Rio

13/10/2024 16h06Atualizada em 13/10/2024 17h05

Tutores de um cão que foi eletrocutado em Santo Amaro, na capital paulista, só conseguiram resgatar o corpo após quase 30 horas. Eles precisaram esperar que o fio em que o animal encostou, na manhã de sábado (12), fosse desenergizado pela Enel.

O que aconteceu

O casal Marina Guedes Corrêa e Rafael Kahane passeava com Bartho, de 10 anos, quando o animal encostou no fio e morreu na hora. Acidente foi na Rua Diogo de Quadros, em Santo Amaro, por volta de 7h20 de ontem. A partir daí, os tutores passaram por uma saga até a retirada do corpo.

Divulgação em redes sociais. Após 24 horas sem conseguir que a Enel fosse ao local para desenergizar o fio, Rafael e Marina decidiram postar sobre o caso, que logo ganhou repercussão. Uma equipe da concessionária Enel então foi ao local pouco antes das 13 h de hoje.

O casal entrou em contato com a polícia e com o Corpo de Bombeiros ontem, mas receberam a informação de que seria necessário a presença de uma equipe da Enel para que o corpo do cão fosse resgatado em segurança. "Você não tem ideia do que é deitar na cama com um sentimento de abandono. Saber que o seu cachorro estava lá, ainda que sem vida, sem ninguém para protegê-lo", desabafou Rafael.

Concessionária lamenta a morte. A Enel informou, por meio da assessoria de imprensa, que "entrará em contato com os tutores para oferecer assistência".

A empresa afirmou ainda que o incidente ocorreu após o cão entrar em contato com um cabo de média tensão. Segundo a concessionária, o fio rompeu "em função do severo evento climático que afetou a área de concessão". "A distribuidora isolou o risco no local e encaminhou uma equipe para realizar os reparos necessários na rede", completou.

Sentimento de impotência

Rafael Kahane contou que passeios como o de ontem fazem parte da rotina do casal. Eles também são tutores da cadela Jujuba, que assim como Bartho, é adotada.

É muito dificil ver o cachorro que você cuidou, que você ama, que você dá carinho, partir dessa forma na sua frente. Não é fácil. Tivemos que nos segurar para não ir no instinto de tentar tirá-lo dali. Mas vi que o choque foi muito forte e não havia mais nada para ser feito. Então, foi um sentimento muito forte de impotência.
Rafael Kahane, tutor de Bartho

Rafael contou que, após o incidente, abriu vários chamados para a Enel, sem sucesso. Vizinhos também fizeram o mesmo, mas o corpo do animal passou a noite na rua, grudado ao fio energizado.

"Tinha um cabo partido em que uma criança, um outro cachorro poderiam encostar. Havia um risco à vida ali. Mas o tempo foi passando e nada", ressaltou. Ele afirmou que o casal ficou muito desgastado e não queria levar o caso a público, mas que, diante da inoperância do atendimento, viu a atitude como uma única saída.

"Não queria tornar isso público, mas fui obrigado para conseguir resolver o meu caso. Agora, vamos dar um enterro digno para o Bartho. A sensação que temos nesse momento é uma mistura de alívio, por termos retirado o corpo, com raiva e tristeza", completou Rafael.

Cão Bartho, com os tutores Marina Guedes Corrêa e Rafael Kahane - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Cão Bartho, com os tutores Marina Guedes Corrêa e Rafael Kahane
Imagem: Arquivo Pessoal

Sete morreram devido ao temporal

Três pessoas morreram em Bauru (no interior de SP), duas em Cotia, uma na capital paulista e uma em Diadema (no ABC) em decorrência das chuvas. As vítimas de Bauru foram um homem, uma mulher e uma criança —eles foram atingidos por um muro que caiu. Em Cotia, as duas pessoas que estavam em estado grave no hospital também morreram. Nas outras duas cidades, as mortes foram causadas por quedas de árvores.

Cerca de 760 mil clientes continuam sem luz na capital e na Grande São Paulo na tarde deste domingo (13). A Enel culpa o que chamou de "evento climático extremo".

Moradores estão há mais de 40 horas sem luz. Uma chuva repentina na sexta (11) causou o desligamento de várias linhas de alta tensão e subestações de energia, afetando, principalmente, as zonas oeste e sul da capital e a região metropolitana.

Número de pessoas afetadas pode ser bem maior. O número disponibilizado pela Enel corresponde a pontos de instalação, mas em cada casa podem morar várias pessoas.

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