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Aneel diz que resposta da Enel a apagão ficou abaixo do esperado

12.out.2023 - Bar da Bela Vista funcionou às escuras em razão do apagão - Guilherme Tagiaroli/UOL
12.out.2023 - Bar da Bela Vista funcionou às escuras em razão do apagão Imagem: Guilherme Tagiaroli/UOL
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Do UOL, em São Paulo

13/10/2024 21h27Atualizada em 14/10/2024 10h30

Após reunião com concessionárias de energia, representantes da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e da Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos de São Paulo) avaliaram que a resposta da Enel ao apagão na região metropolitana de São Paulo ficou aquém do esperado. Ainda não há previsão para o restabelecimento da energia.

O que aconteceu

A Aneel afirmou que Enel será intimada em razão da demora no restabelecimento da energia . Porém, ainda não há previsão de aplicação de punições à empresa. Segundo Sandoval Feitosa Neto, presidente da agência, após receber intimação, empresa tem 60 dias para responder; após isso, será definido se haverá multa ou intervenção administrativa. Em fevereiro, a Aneel multou a concessionária em R$ 165 milhões pelo apagão que atingiu São Paulo em novembro de 2023; a concessionária entrou na Justiça e a punição está suspensa.

"A retomada [da energia] comparada ao evento anterior [de novembro do ano passado] não está tão eficiente como esperávamos", afirmou Thiago Nunes, diretor-presidente da Arsesp, em entrevista à imprensa após a reunião.

Demora na resposta foi o dobro do evento do ano passado. Segundo Thiago, da Arsesp, em novembro de 2023, quando fortes ventos derrubaram a energia de milhões de pessoas, a Enel levou 24 horas para restabelecer 60% da sua base de clientes. No temporal deste ano, a companhia levou quase 48 horas para chegar nesta cifra.

Concessionárias que atuam no estado de São Paulo foram chamadas pela Aneel para ajudar no restabelecimento da energia. Segundo a Enel, nesta segunda-feira (14), haverá 2.500 equipes nas ruas, somadas a 400 equipes de outras concessionárias.

A Aneel disse que a Enel não atingiu o número de equipes previsto em plano de contingência após o episódio de 2023. Segundo a agência, a concessionária disse que, em casos extremos, usaria 2.500 equipes. Atualmente, há entre 1.700 e 1.800.

Guilherme Lencastre, presidente da Enel, diz que não é possível garantir uma data para o restabelecimento da energia para toda a região metropolitana de São Paulo. Atualmente, cerca de 67% dos clientes da concessionária estão com conexão à rede, segundo ele.

Evento [a tempestade] foi muito maior que no ano passado. Temos muitas árvores e postes caídos. Temos situações diferentes. Já conseguimos resolver as linhas de alta tensão. Agora estamos priorizando Sabesp, escolas que vão voltar nesta segunda, vestibulares e hospitais.
Guilherme Lencastre, presidente da Enel

Enel listou vários motivos para não consegui retomar logo a energia elétrica das pessoas. Executivo da empresa afirmou que grande parte da linha elétrica está próxima a árvores e citou a dificuldade em prever eventos climáticos extremos. "Rajadas de vento foram quase de um furacão. Previsão dizia ventos de 50 km/h, e tivemos 107 km/h. Temos que colocar uma margem de segurança maior", afirmou Lencastre. Companhia diz que vai investir R$ 2 bilhões anualmente nos próximos três anos.

Chuva forte causou queda de energia

A energia caiu em parte da capital e da região metropolitana de São Paulo na noite de sexta-feira (11), quando uma chuva repentina com ventos recordes causou o desligamento de várias linhas de alta tensão e subestações de energia. A Enel culpa o que chamou de "evento climático extremo".

760 mil clientes estão sem energia ainda na região metropolitana, segundo último boletim da Enel, divulgado hoje, às 14h30. Segundo a concessionária, cerca de 1,3 milhão de clientes tiveram a energia restabelecida.

Na capital, ainda são 496 mil clientes impactados na tarde deste domingo, diz a Enel. Os bairros mais afetados são Jabaquara, Campo Limpo, Pedreira e Jardim São Luís. Os outros municípios afetados são Cotia, com 62 mil unidades sem luz; São Bernardo do Campo, com 47 mil, e Taboão da Serra, com 44 mil.

Número de pessoas afetadas pode ser bem maior. Isso porque o número divulgado pela Enel corresponde a pontos de instalação, mas em cada casa podem morar várias pessoas.

Região metropolitana também sofre com desabastecimento de água. A falta de energia afetou a distribuição de água em São Paulo, São Bernardo do Campo, São Caetano, Santo André e Cotia. A Sabesp orienta o uso consciente da água armazenada nas caixas residenciais, uma vez que o sistema de abastecimento é integrado.

Em nota, a Enel diz que "trabalha dia e noite" para restabelecer o serviço e que trouxe equipes do Ceará e do Rio de Janeiro para aumentar o contingente de funcionários. "Em alguns casos, o trabalho para restabelecer a energia é mais complexo, pois envolve a reconstrução de trechos inteiros da rede."

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