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'Um contador de histórias': Kotscho abre série de livros sobre jornalismo

Ricardo Kotscho - Eduardo Knapp/Folhapress
Ricardo Kotscho Imagem: Eduardo Knapp/Folhapress
do UOL

Nathália Moreira

Do UOL, em São Paulo

12/10/2024 05h30

O jornalista e colunista do UOL Ricardo Kotscho, com mais de 60 anos dedicados à profissão, compartilha suas histórias no livro "Memória do Jornalismo Brasileiro Contemporâneo", escrito por Lira Neto.

O livro sobre a carreira de Kotscho abre uma série de publicações do Centro de Memória do IREE (Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa). O objetivo é contar a história da imprensa brasileira, em que jornalistas compartilham sua trajetória e experiências.

O primeiro livro é "Ricardo Kotscho, um contador de histórias" —a versão digital já está disponível na Amazon. O jornalista de 76 anos contou ao seu colega de profissão Lira Neto, 60, momentos que marcaram sua trajetória profissional e pessoal.

"Para mim, o principal motivo é manter viva a reportagem na imprensa. Eu fui repórter a vida inteira, e sinto ultimamente que tem menos reportagens, menos repórteres, menos tempo para fazer uma reportagem e menos espaço no jornal para publicar", comenta Kotscho.

O próximo jornalista a contar suas memórias para a sério de livros será Mino Carta, idealizador do "Jornal da Tarde" e diretor da Carta Capital.

Livro Ricardo Kotscho - Reprodução: Centro de Memória Brasileira - Reprodução: Centro de Memória Brasileira
Livro "Ricardo Kotscho, um contador de história"
Imagem: Reprodução: Centro de Memória Brasileira

Carreira e memórias de Kotscho

"Um dia o dono da banca falou para mim: 'Você gosta tanto de ler jornal. Por que você não vai trabalhar no jornal aqui do bairro?". Na região de Santo Amaro, o jovem Kotscho foi entregar suas poesias na pequena redação do seu bairro, como prova de que tinha talento para escrever.

Kotscho começou no jornalismo fazendo reportagens e vendendo anúncios. Ele relembra que ia de manhã para a redação escrever, à tarde vendia anúncio e à noite estudava.

O colunista foi para a grande redação em 1967 no Estadão. "Fiquei três anos em jornal de bairro. Quando eu cheguei à redação, já sabia como funcionava um jornal."

Ele relembra momentos importantes de sua trajetória, como a série de reportagens sobre mordomias no governo durante a ditadura militar, publicada no Estadão nos anos 1970, e a cobertura da campanha das Diretas Já, na Folha de S.Paulo, em 1984.

Kotscho ressalta a importância de ter princípios inabaláveis e não se curvar a pressões.

É ir até o fim, ter princípios e não abrir mão deles. Como jornalistas, temos que ser honestos com o leitor, com o veículo em que você trabalha e contar para as pessoas o que está acontecendo.

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