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Zelensky pede ajuda do Vaticano para libertar prisioneiros ucranianos na Rússia

11/10/2024 10h13

Em encontro com o papa Francisco nesta sexta-feira (11), o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pediu ajuda da Santa Sé para libertar os ucranianos presos na Rússia. Esta foi a segunda audiência privada do presidente ucraniano no Vaticano em quatro meses. Ele já havia se encontrado com o papa à margem da cúpula do G7, ocorrida na Itália.

"Contamos com a ajuda da Santa Sé para repatriar ucranianos em cativeiro na Rússia", escreveu Zelensky nas mensagens do Telegram.

A reunião com o papa Francisco no Vaticano durou 35 minutos. Ao final, Volodimir Zelensky recebeu de presente uma escultura em bronze representando uma flor crescendo ao lado de um pássaro, com a inscrição: "A paz é uma flor frágil".

O presidente ucraniano ofereceu ao papa uma pintura representando uma criança em meio às ruínas da cidade de Boutcha, localizada perto de Kiev, que foi ocupada pelas forças russas durante 33 dias, em 2022.

Volodimir Zelensky faz um giro pela Europa para discutir o seu "plano de vitória" com os líderes do Grã-Bretanha, França, Itália e Alemanha, além do secretário-geral da Otan.

Jornalista assassinada na Rússia

Entre os ucranianos presos pelo exército russo estava Victoria Roshchina, jornalista detida pelas forças russas nos territórios ocupados da Ucrânia.

Nesta sexta-feira, a Procuradoria-Geral ucraniana anunciou a abertura de uma investigação por "crimes de guerra", após a morte sob custódia na Rússia de Roshchina. "O processo penal aberto pelo seu desaparecimento foi reclassificado como crime de guerra associado a homicídio premeditado", afirma a acusação, em um comunicado publicado no Telegram.

Victoria Rochtchina, de 27 anos, morreu no dia 19 de setembro, segundo uma carta do ministério da Defesa russo recebida na quinta-feira (10) por sua família, na Ucrânia. A informação foi divulgada pela ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), em um comunicado à imprensa.

A morte da jornalista também foi confirmada pelas autoridades ucranianas, mas a causa e as circunstâncias permanecem desconhecidas.

"Temos a confirmação documental oficial da morte do lado russo", disse o jornalista Dmytro Loubinets, comissário ucraniano de direitos humanos, na noite de quinta-feira. "As detenções ilegais e os sequestros de jornalistas são a arma da Rússia contra a liberdade de expressão", acusou.

Rochtchina, uma jornalista independente que colaborou com os meios de comunicação ucranianos Ukraïnska Pravda e Hromadske, desapareceu em agosto de 2023, enquanto tentava chegar aos territórios ocupados pela Rússia na região de Zaporijia (sul da Ucrânia) para cobrir a situação local.

Segundo o meio de comunicação independente russo Mediazona, a jornalista morreu durante uma transferência da prisão de Taganrog, no sudoeste da Rússia, para Moscou.

Para o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a morte de Roshchina foi "um verdadeiro golpe" para "muitos jornalistas ucranianos que a conheciam", conforme escreveu em suas redes sociais. "Ainda há muitos outros jornalistas, figuras públicas, líderes políticos (...) e pessoas comuns em cativeiro russo", continuou ele, especificando que havia discutido o problema durante o seu encontro com o papa, esta manhã.

Segundo Kiev, cerca de 25 jornalistas ucranianos estão atualmente em cativeiro na Rússia e outros são considerados desaparecidos.

(Com AFP)

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