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OPINIÃO

Sakamoto: HIV em transplantados é resumo da gestão falida do Rio de Janeiro

do UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

11/10/2024 18h33Atualizada em 11/10/2024 18h33

Pacientes que receberam órgãos transplantados e foram infectados com HIV só resumem a gestão falida do Estado do Rio de Janeiro, afirmou o colunista do UOL Leonardo Sakamoto durante o UOL News 2ª Edição desta sexta-feira (11).

O governo federal interditou o laboratório responsável pelos testes nos órgãos transplantados e pediu a retestagem de seu material. Pelo menos seis pacientes foram contaminados por HIV após transplantes. O caso é sem precedentes no Brasil.

Essa é uma das histórias mais tenebrosas que a gente ouviu ultimamente. Olha que é muito difícil, porque aqui no Brasil a gente é muito bom em produzir histórias tenebrosas. Antes de mais nada, é importante fazer um disclaimer: gente, por favor, não tenham medo do sistema de doação, continuem doando órgãos. Isso salva vidas, o sistema de doação garante a qualidade dos órgãos que são doados. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Isso [no Rio de Janeiro] é uma ocorrência lamentável, mas não é o padrão. Dito isso, isso é claramente um resumo do que é o estado do Rio de Janeiro. Não estou falando dessa administração só. A gente sabe que o estado do Rio de Janeiro está falido há muitas administrações. Tanto é que é padrão o governador do Rio ou ser cassado e sofrer impeachment ou ir para a cadeia. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Sakamoto reforça que a falência do Rio de Janeiro não é necessariamente pela questão financeira, mas pela ingerência de diversas áreas da segurança pública à saúde.

O Estado do Rio de Janeiro hoje não é falido porque está faltando dinheiro, mas é uma gestão falida. Na Segurança Pública fica sempre muito claro, só que a gente está vendo que não é só nessa área. A gente já tinha visto situações da saúde durante a pandemia [com] falhas na administração levando a piora na qualidade de vida da população. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Mas agora é uma situação grotesca. É o básico, você contrata um laboratório para testar e saber se aquele órgão está em qualidade para ser doado. Provavelmente eles fazem um exame picareta, embolsam o dinheiro e fica por isso mesmo. E a contratação foi feita por regime emergencial, ou seja, sem licitação. A pergunta é: quem ganhou dinheiro com a infecção por HIV de outras pessoas? Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

É claro, até para evitar a estigmatização, o HIV hoje é uma doença controlada. A pessoa que tem HIV consegue ter uma vida normal, mas não significa que não vai ter que tomar muitos medicamentos pelo resto da vida. Então uma pessoa que estava buscando melhorar de saúde por meio de transplante confiando no poder público estadual do Rio de Janeiro, agora vai ter que tomar remédios o resto da vida por conta disso. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

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