Macron defende permanência da série 'Emily em Paris' e prefeito de Roma reage
Entre os admiradores da série "Emily em Paris" está o presidente da França, Emmanuel Macron, que defende a permanência da produção de sucesso da Netflix na capital francesa. Em uma entrevista à revista cultural americana Variety, na quarta-feira (9), ele ainda disse estar "super orgulhoso" da aparição rápida de sua esposa, Brigitte Macron, em um episódio. O comentário de Macron suscitou uma resposta franca do prefeito de Roma.
Entre os admiradores da série "Emily em Paris" está o presidente da França, Emmanuel Macron, que defende a permanência da produção de sucesso da Netflix na capital francesa. Em uma entrevista à revista cultural americana Variety, na quarta-feira (9), ele ainda disse estar "super orgulhoso" da aparição rápida de sua esposa, Brigitte Macron, em um episódio. O comentário de Macron suscitou uma resposta franca do prefeito de Roma.
Para o chefe de Estado francês, a série é "super positiva em termos de atratividade para o país". Porém, ao final da quarta temporada, a personagem Emily Cooper, vivida pela atriz Lily Collins, se vê diante de uma proposta para desenvolver negócios para a agência em que trabalha, a Grateau, em Roma. A americana, que se mudou para a França para trabalhar na agência de marketing que no começo da história se chamava Savoir, viaja para Roma e, encantada pela cidade, decide ficar.
Questionado sobre eventual a mudança da personagem de Paris para a capital italiana, possivelmente na quinta temporada, Emmanuel Macron respondeu: "Vamos lutar muito para manter 'Emily em Paris' em Paris", disse. '"Emily em Paris' em Roma não faz sentido", julgou.
Um estudo do Centro Nacional do Cinema (CNC) publicado este ano aponta que 38% dos visitantes que fizeram o chamado "cine-turismo" na França tinham assistido a série "Emily em Paris".
Na capital francesa, os locais onde foram feitas as gravações da série se transformaram em paradas obrigatórias dos "tours" realizados pelos fãs, que postam as imagens os passeios nas redes sociais. O principal roteiro é a Praça da Estrapade, locação onde a personagem principal mora. No mesmo local, está localizada a livraria Portuguesa e Brasileira de Paris.
Ao lançar a sua cartada de "soft power", o presidente Macron provavelmente não imaginava a resposta que receberia do prefeito de Roma. Roberto Gualtieri veio à público dizer que o presidente francês não pode intimidar ou interferir nos planos para a próxima temporada da produção. "Gostaria de acreditar que Macron estivesse brincando, porque ele deveria saber que uma produtora como a Netflix não recebe ordens de chefes de Estado ou toma decisões com base em pressão política", disparou o prefeito, em entrevista ao The Hollywood Reporter, questionando ainda se o presidente francês não tinha preocupações mais urgentes.
"Sou menos atraente do que Brigitte"
Sobre a participação da primeira-dama Brigitte Macron na quarta temporada, Emmanuel Macron disse à Variety que "ela ficou muito feliz" de participar. "Dura apenas alguns minutos, mas acredito que foi um momento muito bom para ela", continuou. A esposa do presidente francês interpreta o seu próprio papel em um episódio da série, em que aparece em cena com as suas próprias roupas, sem que lhe tenham sido dadas quaisquer instruções específicas de vestuário.
Quando a revista Variety pergunta ao presidente Macron se os produtores haviam pedido para ele aparecer, o chefe de Estado responde: "Sou menos atraente do que a Brigitte".
Críticas e elogios
Desde o lançamento, em 2020, a série tem despertado o interesse do público em diversos países, chegando às manchetes da imprensa internacional. Existem aqueles que amam "Emily em Paris", aqueles que odeiam e aqueles que amam odiar.
Inicialmente, "Emily em Paris" foi criticada na França por perpetuar uma fantasia e os clichês sobre a Cidade Luz, enquanto muitos parisienses dizem que têm uma vida dura na capital francesa. Outras críticas apontam que a série apresenta uma Paris higienizada e "instagramável". A série produção reforça vários estereótipos sobre os franceses ? sexistas, mau-humorados e pouco chegados a um banho ?, além de mostrar uma Paris idílica.
Emily no Rio?
Recentemente, a atriz Philippine Leroy-Beaulieu, que faz o papel de Sylvie, a dona da agência de marketing retratada na série da Netflix, revelou que é apaixonada pelo Brasil. Ela relembrou o período da década de 1990 em que viajou por diversos estados do país.
Em entrevista ao Splash Uol, Philippine contou que é fluente em português e que passou quase oito meses no Brasil, entre idas e vindas. "Tenho tantas memórias lindas no Brasil. Não é só sobre caipirinha e dança. É sobre as pessoas", ressaltou.
Philippine ainda disse ser fã da cantora Ivete Sangalo, e que enquanto estava no Brasil, ouvia a Banda Eva, que na época era liderada pela cantora baiana. E perguntou: "Por que não Emily no Rio"?, prometendo "argumentar" com a produção da série sobre as belezas do Brasil.
Em outra entrevista, para o canal CNN, Philippine disse que "Emily era muito organizada" e que poderia ter um choque cultural no Rio.
Recentemente, a atriz francesa filmou no Brasil. Ela atua no filme "Cem dias", do cineasta brasileiro Carlos Saldanha (diretor de "Rio" e a "Era do Gelo"). O filme é uma cinebiografia do velejador Amyr Klink, com o ator Felipe Bragança no papel principal.
O longa-metragem, que conta a história real do explorador brasileiro, a primeira pessoa a atravessar o oceano Atlântico Sul em uma embarcação a remo, teve cenas rodadas em Paraty, no Rio de Janeiro. O feito aconteceu em 1984, quando Amyr saiu de Luderitz, na Namíbia, chegando a Salvador.
(Com AFP)