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Inquérito conclui que ex-presidente da Apae em Bauru matou funcionária

Cláudia Regina da Rocha Lobo e Roberto Franceschetti Filho, ex-presidente da Apae de Bauru - Reprodução
Cláudia Regina da Rocha Lobo e Roberto Franceschetti Filho, ex-presidente da Apae de Bauru Imagem: Reprodução
do UOL

Do UOL, em São Paulo

11/10/2024 19h19Atualizada em 11/10/2024 19h40

Roberto Francescheti Filho, ex-presidente da Apae em Bauru (SP), matou a secretária-executiva Cláudia Regina da Silva Lobo, em agosto deste ano. A conclusão é do inquérito policial enviado ao MP-RJ nesta semana.

O que aconteceu

Ele foi indiciado por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual, informou ao UOL o delegado Cledson do Nascimento. Roberto ainda é alvo de outra investigação na Polícia Civil por supostos desvios realizados na Apae.

Na quinta-feira (11), a Justiça acatou ao pedido da polícia e decretou a prisão preventiva. O prazo da prisão temporária expiraria no domingo (13).

Dilomar Batista, funcionário da entidade que teria ajudado a descartar o corpo de Cláudia, foi indiciado por ocultação de cadáver e fraude processual. O delegado chegou a pedir a prisão dele durante a investigação, mas a Justiça negou.

A Polícia Civil ainda tenta confirmar se os ossos encontrados no local onde o corpo da vítima foi encontrado é de Cláudia Regina. O delegado explicou que a perícia está com "grande dificuldade" devido à condição dos fragmentos encontrados.

O UOL tenta contato com as defesas dos indiciados. O espaço segue aberto para manifestação.

Sangue em carro

O sangue encontrado no carro onde a funcionária da Apae foi vista pela última vez é dela. A conclusão do laudo foi confirmada ao UOL no mês passado pelo delegado Cledson do Nascimento.

O resultado do laudo, emitido na sexta-feira (13), reforça o assassinato, segundo o delegado. "É uma prova técnica da materialidade do crime de homicídio, não um mero desaparecimento", disse.

A principal hipótese é de que a morte tenha relação com questões financeiras, afirmou Cledson ao UOL, em agosto. "O próprio Roberto indicou que ele estava fazendo retiradas de valores da instituição e repassando para ela. Temos informações também que ela que o indicou como presidente", disse. A investigação aponta fortes indícios de que o assassinato ocorreu em meio a um "rombo" no caixa da Apae, má gestão da entidade e conflitos de interesse entre os dois.

Imagens de uma câmera de segurança em Novo Jardim Pagani deram "rumo decisivo para a investigação", diz polícia. O vídeo mostra Cláudia deixando o banco de motorista e indo para o banco de trás, onde foi encontrada a maior quantidade de sangue no carro, enquanto Roberto assume o volante.

O presidente da Apae teria dado um tiro na secretária pouco depois de trocarem de lugar no carro. Outras câmeras de segurança mostram Roberto seguindo pela Rodovia Cezário José de Castilho para se desfazer do corpo, de acordo com a investigação.

Defesa de Roberto nega que cliente tenha confessado crime de maneira "formal e muito menos informal". O advogado Leandro Pistelli disse que o cliente nega o crime, e argumenta também que, embora a polícia tenha coletado "fragmentos de ossos" ainda não há "qualquer laudo ou perícia" que os tenha identificado como sendo de Cláudia.

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