França "não irá tolerar" novos disparos de Israel contra soldados da ONU, afirma Macron
Emmanuel Macron afirmou nesta sexta-feira (11) ser "completamente inaceitável" que as forças de manutenção da paz da ONU tenham sido "deliberadamente alvejadas pelas forças armadas israelenses" no sul do Líbano. O presidente alertou que a França "não irá tolerar" novos disparos como os que aconteceram nos últimos dois dias.
"Condenamos. Não toleramos e não toleraremos que volte a acontecer", disse o presidente francês durante uma cúpula no Chipre dos países mediterrâneos da União Europeia.
França, Itália, Espanha, Grécia, Portugal, Croácia, Eslovénia, Chipre e Malta apelaram conjuntamente no que diz respeito aos conflitos em Gaza e no Líbano, pedindo o "fim das hostilidades e à retoma das discussões" para "encontrar uma solução justa e duradoura na região", relatou o presidente cipriota, Nikos Christodoulides, no final das sessões.
"Tudo o que acontece no Oriente Médio tem um impacto decisivo em toda a região", acrescentou, agradecendo ao rei Abdullah II da Jordânia, que participou de uma parte do encontro em Paphos, no oeste da ilha.
A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil, na sigla em inglês) anunciou nesta sexta-feira que dois capacetes azuis do Sri Lanka foram feridos perto da fronteira com Israel, estimando que os disparos do exército israelense representam um "grande risco" para seus soldados. Na véspera, dois soldados indonésios ficaram feridos em ataque semelhante. A França convocou o embaixador israelense em Paris para se explicar.
Cessar-fogo e desarmamento
Este "cessar-fogo é essencial tanto em Gaza como no Líbano", insistiu Emmanuel Macron à imprensa. "Ele é necessário agora, tanto para os nossos reféns" ainda detidos pelo movimento islâmico palestino Hamas durante um ano, "para as populações civis vítimas da violência, como para evitar a contaminação regional que ameaça a estabilidade do Oriente Médio", acrescentou o presidente francês.
"Esta é também a razão pela qual a França apelou ao fim das exportações de armas que são utilizadas nesta guerra. Outros líderes aqui fizeram o mesmo hoje", continuou ele. "Isto não é de forma alguma um apelo ao desarmamento de Israel (...) mas um apelo a parar qualquer desestabilização nesta parte do mundo", declarou o presidente francês.
Macron já havia pedido, em 5 de outubro, o fim da entrega de armas utilizadas para levar a cabo os combates em Gaza, declaração que havia irritado o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Depois disso, o líder francês reafirmou o compromisso "inabalável" da França com a segurança de Israel.
(Com AFP)