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Bolsa cai e dólar sobe; alta da Vale diminui a queda

do UOL

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL

11/10/2024 10h20Atualizada em 11/10/2024 12h28

A Bolsa de Valores de São Paulo trabalha nesta sexta-feira (11) em queda. Por volta de 12h20, o Ibovespa desvalorizava um pouco menos, caindo 0,27%, a 130.001 pontos. Os investidores estão desanimados com a possibilidade de o banco central americano pausar o corte de juros. Mas também estão na expectativa por mais medidas de estímulo para tirar a economia chinesa da inércia.

O dólar começa o dia em alta de 0,98%, indo a R$ 5,642. O dólar turismo era negociado a R$ 5,81.

O que está acontecendo?

O mercado está em compasso de espera por mais incentivos à economia chinesa. Estima-se que a partir desta noite (sábado, na China) o governo anuncie investimentos de até 2 trilhões de yuanes, o que equivale a aproximadamente US$ 283 bilhões em estímulos para o país. A China é importante para o Brasil pois é o maior mercado dos produtos exportados daqui.

Na onda desse otimismo, o preço do minério de ferro avança, o que beneficia as ações da Vale (VALE3). Os investidores também saem comprando ativos da mineradora, apostando numa disparada dos papeis na segunda-feira (14), caso o anúncio do pacote chinês seja confirmado.

Com isso, as ações da Vale sobem para R$ 62,15, com ganhos de 1,47%. "Desde o começo da semana, investidores seguem aguardando o anúncio dos detalhes do plano fiscal chinês", relata Marcio Riauba, gerente da mesa de operações do banco de câmbio, StoneX.

Petróleo

Hoje, o petróleo devolve pequena parte da alta de 4% da quinta-feira (10). O preço caia um pouco menos de 0,40%, com mercado ainda no aguardo da resposta de Israel ao ataque de mísseis do Irã.

Inflação nos EUA

Nos Estados Unidos, saiu o índice de preços ao produtor, outra medida que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) leva em conta para dimensionar os juros. O PPI, que mede o quanto os produtores recebem por seus bens e serviços, ficou estável em setembro e subiu 1,8% em relação ao ano passado.

Especialistas esperavam uma alta mensal de 0,1% após, já que em agosto o índice apontou aumento de 0,2%. Após a inflação ao consumidor e os pedidos de seguro-desemprego terem vindo acima do esperado, o PPI mostra uma inflação mais controlada.

O índice sugere uma desaceleração nas pressões inflacionárias. É o que diz Carlos Braga Monteiro, presidente do Grupo Studio. "Para a economia brasileira, esse resultado pode trazer alívio cambial ao enfraquecer o dólar e melhorar as condições de importação", diz ele.

O problema é que, em Wall Street, a tese de que o Fed vai manter os juros como estão em novembro ganha força. Foi o que disse, na quinta (10), Raphael W. Bostic, presidente do Federal Reserve Bank de Atlanta.

Dependendo dos dados, estou aberto a não alterar os juros nas próximas reuniões. (...) Os últimos dados de inflação e mercado de trabalho permitem que sejamos pacientes
Raphael W. Bostic, presidente do Fed de Atlanta.

Isso é ruim para o Brasil, especialmente para o Ibovespa, porque assim, o Banco Central daqui pode aumentar a Selic acima do esperado. O problema é que as taxas já estão altas demais. O mercado chega a projetar uma Selic de 13% até o fim do ciclo de aumentos iniciado em setembro.

Esse percentual "parece muito agressivo", segundo publicou o J.P. Morgan em documento para investidores. Para o banco americano, considerando as recentes baixas da inflação e uma previsão de estabilidade nas expectativas inflacionárias, a taxa deveria ficar em 12% ao fim do ciclo de altas.

No Brasil

O volume de serviços prestados caiu 0,4% em agosto ante julho, na série com ajuste sazonal. O dado é da Pesquisa Mensal de Serviços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mês anterior, o resultado do indicador foi revisto de uma alta de 1,2% para avanço de 0,2%%.

A atividade de serviços decepcionou, segundo o Goldman Sachs. O índice, publicou o banco em documento para investidores, veio bem abaixo do consenso, que era de um pequeno aumento. Para Marina Garrido, da equipe de pesquisa macroeconômica do Itaú, o dado pode afetar o Produto Interno Bruto. "O setor de serviços contraiu em agosto, resultado mais fraco que nossa projeção, com destaque para surpresa negativa nos setores de serviços prestados às famílias e serviços profissionais, administrativos e complementares, ambos importantes para o PIB", diz ela.

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