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Tarcísio usa Nunes de fantoche para tentar Presidência em 2026, diz Boulos

9.out.2024 - Guilherme Boulos em ato de campanha no centro de São Paulo - Bruno Luiz/UOL
9.out.2024 - Guilherme Boulos em ato de campanha no centro de São Paulo Imagem: Bruno Luiz/UOL
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Do UOL, em São Paulo

09/10/2024 21h44Atualizada em 09/10/2024 23h10

O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) afirmou em evento de campanha nesta quarta-feira (9) que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) usa o prefeito Ricardo Nunes (MDB) como "fantoche" na disputa municipal.

O que aconteceu

Boulos subiu o tom contra o governador e disse que Tarcísio usa a candidatura à reeleição de Nunes para tentar disputar a Presidência em 2026. "Tarcísio, você não vai ser presidente em 2026 porque vamos reeleger Lula", provocou Boulos, ao dizer que tinha uma "mensagem" para o governador.

E deixar uma mensagem para o governador do Estado, que está fazendo de tudo. Usa o nosso adversário como fantoche pra tentar viabilizar uma candidatura dele à Presidência em 2026. Eu quero dizer pra ele: Tarcísio, você não vai ser presidente porque nós vamos reeleger o Lula. Pode tirar o cavalinho da chuva.
Guilherme Boulos durante evento de campanha

Boulos afirmou ainda que Jair Bolsonaro (PL) não vai "colocar as garras dele na Prefeitura". O ex-presidente é um dos principais apoiadores de Nunes, tendo indicado como vice o Coronel Mello Araújo (PL). Desde o início da campanha, Boulos tem associado o prefeito a Bolsonaro para colar no adversário a rejeição do ex-presidente na cidade, onde perdeu para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa de 2022.

Boulos criticou Tarcísio e Bolsonaro após dizer que Nunes é um "prefeito laranja" e que existe "gente por trás" dele. "Nosso adversário é o prefeito laranja porque ele é um pau mandado. Tem gente por trás que manda dele", criticou o psolista. Em discurso logo após o resultado do primeiro turno no domingo (6), Boulos se referiu ao candidato à reeleição como "pau mandado do centrão".

Boulos ainda prometeu convocar a militância dele para a frente da sede da Prefeitura a cada debate em que Nunes não participar. O prefeito afirma que deve comparecer a três dos 12 debates previstos para os próximos dias. A campanha dele propõe que os veículos de imprensa façam debates conjuntos, uma estratégia chamada "pool", o que diminuiria o número de encontros entre os candidatos. A campanha de Boulos propõe realizar de sete a nove debates. Para o psolista, Nunes tem fugido por "medo".

Se algum debate for desmarcado porque o nosso adversário não for, eu vou convocar a militância pra frente da Prefeitura pra debater com o povo de São Paulo, em praça pública. Se ele foge e tem medo, a gente vai debater olho no olho com o povo dessa cidade. Vai ter debate. Ele pode até não participar, mas vai ter. Porque nós vamos fazer.
Boulos, ao criticar a resistência de Nunes a comparecer a debates no 2º turno

Após falas, campanha de Nunes disse que alertará sobre "risco de invasão" e "depredação". "A campanha de Ricardo Nunes alertará a Prefeitura de São Paulo sobre o risco de invasão, apedrejamento e depredação, após a ameaça de Boulos de manifestação na porta da sede do governo municipal. A FIESP e o Ministério da Fazenda já foram vítimas de sérios prejuízos", diz a nota enviada à reportagem.

O candidato do PSOL deu as declarações durante o evento "Plenária Arrancada da Vitória", no centro da cidade. O ato teve participação da candidata a vice, a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), da ex-prefeita e deputada federal Luiza Erundina (PSOL), além de vereadores e deputados estaduais e federais.

Marta Suplicy afirmou que é necessário conquistar voto dos indecisos. "Tem gente que não tá decidida. Ela não é do contra e nem a favor. Cada um que saiu de casa nesse dia difícil tem muito trabalho pra fazer. Tem que gastar saliva, ir no bar, na porta da escola, falar com os amigos", declarou a petista.

Nos discursos, vereadores e deputados destacaram a necessidade de buscar o voto dos eleitores de adversários, sobretudo os de Pablo Marçal (PRTB). "Vamos ganhar o voto de Pablo Marçal, o eleitor não bolsonarista de Marçal", disse o deputado estadual Celso Gianazzi (PSOL). "Tem que conversar com eles [eleitores de Marçal], sem gritaria. Eles têm essa pegada empreendedora, temos de dizer que eles vão poder melhorar de vida", defendeu o vereador Eliseu Gabriel, do PSB, partido de Tabata Amaral.

Boulos fez acenos ao eleitorado de Tabata ao anunciar na terça (8) que vai incluir três propostas dela no seu plano de governo. Duas delas têm foco em jovens e em mães de crianças com deficiência. Uma das proposições é chamada Jovem Empreendedor e tem foco em dar crédito para esse segmento na cidade. A segunda, chamada Rampa, quer dar suporte para mães de crianças autistas e crianças com deficiência. A terceira é a proposta da criação de um polo tecnológico na zona leste.

Tabata Amaral (PSB) declarou voto em Boulos ainda no domingo (6), logo depois da divulgação do resultado do primeiro turno. Apesar do apoio, a deputada federal disse que não subirá ao palanque do candidato. "É um voto por convicção, não é um voto negociado", afirmou a parlamentar em declaração a jornalistas.

Boulos conversou com Tabata por telefone na terça para agradecer o apoio e sondar a possibilidade de ela participar da campanha. Segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, ela disse que daria o voto, mas não faria atos de rua com o psolista.

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