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Mulher se passa por filha de 'pracinha' da 2ª Guerra e recebe R$ 7 milhões

Exército - Cb Estevam/CComSEx
Exército Imagem: Cb Estevam/CComSEx
do UOL

Do UOL, em São Paulo

09/10/2024 17h59Atualizada em 09/10/2024 18h01

Uma mulher de 55 anos foi condenada pela Justiça Militar de Campo Grande (MS) a três anos e três meses de prisão, em setembro, acusada de se passar por filha de um militar brasileiro na 2ª Guerra Mundial para receber pensão. Ele atuou na FEB (Força Expedicionária Brasileira), grupo em que os integrantes eram conhecidos como "pracinhas".

O que aconteceu

Ela teria recebido R$ 4 milhões (R$ 7 milhões em valores corrigidos) entre 1988, quando a fraude começou, e 2022. Segundo o MPM (Ministério Público Militar), a avó de Ana Lúcia Umbelina Galache de Souza é irmã do militar morto, e falsificou a certidão de nascimento da neta para que ela recebesse a pensão do pracinha, que não tinha filhos ou outros dependentes.

A avó também era procuradora do irmão, que já estava idoso na época da fraude. Após alterar a certidão de nascimento da neta, que na época tinha 15 anos, ela teria emitido novos RG e CPF.

Dois anos depois da fraude, o militar morreu e ela teria solicitado ao Exército a pensão para a neta. Segundo a denúncia, a fraude só veio à tona em dezembro de 2021, quando a avó, descontente com a parte da pensão que a neta repassava a ela, denunciou o caso à Polícia Civil e ao Exército.

Ana Lúcia admitiu a fraude ao MPM. Ela ainda disse que, nos meses em que não conseguia repassar a parte do valor combinado, a avó, que morreu em maio de 2022, ameaçava denunciá-la.

O juiz Luciano Coca Gonçalves ressaltou o alto valor recebido e que é difícil a recuperação da quantia, levando em conta a condição financeira da acusada. A mulher recorreu ao STM (Superior Tribunal Militar), mas o ministro relator Odilson Sampaio Benzi negou o pedido. Porém, o caso segue em tramitação após o ministro Artur Vidigal de Oliveira pedir vista, ou seja, mais tempo para análise.

No último dia 2, o TCU (Tribunal de Contas da União) condenou Ana Lúcia ao pagamento de R$ 4.194.516,77. Ela também está proibida por oito anos de exercer cargo público.

O UOL tenta contato com a defesa da acusada. Se houver resposta, o texto será atualizado.

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