CIDH denuncia condições de prisão na Nicarágua e pede libertação de detentos
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) condenou nesta quarta-feira as condições de prisão na Nicarágua e pediu ao governo de Daniel Ortega que liberte 36 presos políticos detidos "arbitrariamente".
A comissão da Organização dos Estados Americanos (OEA) afirma ter recebido depoimentos de algumas das 135 pessoas libertadas em 5 de setembro e exiladas na Guatemala. Elas acusam funcionários de "penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes", como "choques elétricos, isolamento prolongado e privação do sono", entre outros, além de se queixarem de "insalubridade nas celas, falta de acesso a água potável, alimentação insuficiente e de má qualidade, atendimento médico negligente, falta de acesso a medicamentos" e "restrições ao recebimento de encomendas e visitas familiares".
Mulheres detidas no centro penitenciário La Esperanza denunciaram a "falta de acesso a itens básicos de higiene, espaços inadequados para dormir e condições de superlotação em celas insalubres".
"Trinta e seis pessoas continuam presas de forma arbitrária", incluindo oito líderes indígenas, condenou a CIDH, que convocou o país a libertar todos eles e encerrar "a perseguição a defensores dos direitos humanos, ativistas e opositores políticos".
A Comissão também pediu aos países que receberam os presos políticos libertados, cuja nacionalidade nicaragüense foi retirada, que lhes concedam "proteção internacional e um status migratório estável", para "facilitar a sua integração".
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