Apesar de o candidato Guilherme Boulos (PSOL) afirmar que discutir o boletim de ocorrência feito pela esposa do prefeito Ricardo Nunes (MDB) por violência doméstica é uma questão de interesse público, a insistência no tema não parece ser uma estratégia convincente para a eleitora e o eleitor preocupados com a importância do assunto, avaliou Carla Araújo, chefe da sucursal do UOL em Brasília, no UOL News desta quarta-feira (9).
Boulos recebeu críticas de seus próprios apoiadores por explorar o assunto já no início da campanha do segundo turno. Em entrevista ao UOL News 1ª edição hoje, o candidato defendeu que abordar o assunto interessa para a população e que não se tratava de um ataque pessoal.
Concordo quando o Boulos diz que o Nunes tem que se explicar. Na primeira sabatina UOL/Folha, ele mentiu. Primeiro, negou a existência do B.O; depois, a gente fez matéria, e ele atribuiu a uma confusão. Para alguma camada, pode ter efeito. Eu acho que a violência contra a mulher tem que ser debatida, mas é importante que, se ele for um agressor de mulheres, que ele pague, mais do que carregar uma pecha.
Carla Araújo
Em 2011, Regina Nunes registrou um BO contra o marido por suposta prática de violência doméstica e ameaça. Após a divulgação do B.O, ela foi às redes posteriormente e afirmou que nunca tinha sido agredida —apesar de a violência doméstica não se restringir a agressão física.
Para a colunista, é importante cobrar do prefeito e de Boulos quais as propostas deles, a níveis de Prefeitura, para tratarem da violência contra a mulher.
Vamos discutir a política para violência contra a mulher? O que a Prefeitura fez, o que a Prefeitura vai fazer, o que eu, como candidato, quero fazer. A gente pode pegar determinados temas e tentar elevar o nível. Não ficar só no 'fala do B.O', 'fala do B.O', aí o Nunes vai falar 'aconteceu um B.O, depois eu e minha mulher fomos lá, retiramos e acabou'.
Carla Araújo
Carla Araújo relembrou que o próprio Boulos também tem sua imagem ligada a outro tema importante: a questão da moradia.
Como o Boulos teve que responder por muito tempo à questão do invasor por ser ligado ao MTST. Ele defende a questão da moradia. A gente tem no Brasil um dos maiores déficits habitacionais. Até nós [jornalistas], que vivemos de atrair a atenção do leitor e espectador, sabemos o peso de uma manchete, mas ficar batendo na mesma tecla e não evoluir? A hora que o marqueteiro achar uma resposta eficiente, acabou a pergunta, acabou o desgaste. Quando vejo ele insistir nisso, não sei se é tão eficaz, mas é só mais uma percepção minha.
Carla Araújo
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