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Bots pró-Rússia no X desinformaram durante anos sobre eleições nos EUA (estudo)

09/10/2024 21h34

Um grupo de investigação revelou que centenas de bots aparentemente pró-Rússia propagam desinformação sobre as eleições americanas e amplificam falsas narrativas sobre a candidata democrata, Kamala Harris, em uma operação descrita como de"agentes adormecidos", por eles permanecerem anos sem ser detectados.

As descobertas do American Sunlight Project (ASP), com sede em Washington, mostram que os bots continuam afetando o X, apesar de o dono da plataforma, Elon Musk, ter prometido acabar com a manipulação digital quando comprou a rede social.

O ASP analisou quase 1.200 contas, uma rede de longa data que havia feito mais de 100 milhões de postagens até julho deste ano, incluindo propaganda do Kremlin, conteúdo favorável ao candidato republicano Donald Trump e desinformação sobre a campanha de Kamala Harris.

As contas não foram detectadas nem moderadas no X, e se caracterizam como bots pelo fato de, entre outras coisas, compartilharem em questão de segundos outras publicações, destaca o grupo em um relatório ao qual a AFP teve acesso hoje, antes da sua divulgação.

"Não nos surpreendeu descobrir outra rede de bots pró-Rússia, mas ficamos surpresos em saber que algumas das contas da rede de agentes adormecidos estavam ativas há mais de uma década", disse Nina Jankowicz, fundadora e CEO do grupo.

Ex-chefe de desinformação do Departamento de Segurança Nacional americano, Nina pediu ao X que desmantelasse a rede, diante do aumento de "conteúdo falso e abusivo" contra Kamala.

Os pesquisadores ressaltam que os bots e contas automatizadas são a pedra angular do Kremlin para espalhar desinformação. O X não respondeu ao contato feito pela AFP.

Antes de comprar o Twitter e mudar seu nome para X, Musk prometeu eliminar os bots de spam, mas eles continuam enraizados na plataforma, segundo um relatório da Universidade Tecnológica de Queensland, na Austrália, que analisou quase 1 milhão de publicações no ano passado.

ac/bjt/ag/nn/lb

© Agence France-Presse

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