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Bolsa cai e dólar sobe após dados de inflação em alta

do UOL

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL

09/10/2024 10h13Atualizada em 09/10/2024 12h00

A Bolsa de Valores de São Paulo trabalha nesta quarta-feira (09) em baixa. Depois do meio-dia, a queda era de 0,91%, com o Ibovespa indo a 130.319 pontos, após a divulgação da alta na inflação indicada pelo IPCA.

O dólar era negociado em alta de 0,93%, indo a R$ 5,584. O dólar turismo ia a R$ 5,77.

O que está acontecendo?

A principal notícia do dia é o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). A inflação oficial do país acelerou 0,44% em setembro, divulgou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em agosto, o índice havia apresentado deflação de 0,02%. No ano, a inflação acumulada é de 3,31% e, nos últimos 12 meses, de 4,42%. O mercado esperava uma alta de 0,46% no índice de setembro, e um total de 4,43% no acumulado desde setembro de 2023. O encarecimento da energia elétrica foi o principal motivo da alta.

A variação do índice não foi surpresa para o mercado, segundo Camila Abdelmalack economista chefe da Veedha Investimentos. Com a bandeira tarifária mais cara e as condições climáticas adversas afetando a produção de alimentos, os especialistas já previam esse aumento.

Os dados de inflação são os maiores balizadores do Banco Central para definição da taxa de juros. A próxima reunião do comitê é em 6 de novembro quando o BC decide os rumos da Selic. Ontem, Gabriel Galípolo foi aprovado para ser o novo presidente do BC a partir de janeiro do ano que vem. Ao ser sabatinado no Senado, ele disse que se o Copom for mais duro agora, poderá aliviar os juros mais à frente.

Enquanto os juros estiverem altos, a Bolsa não tem como ir para frente. E aí, qualquer notícia negativa é motivo para queda. O Ibovespa só terá impulso para altas com notícias extraordinárias, como um aumento na cotação do petróleo (que beneficia a Petrobras - PETR3 e PETR4) ou estímulos à economia chinesa (que dá vantagem a empresas exportadoras, como a Vale - VALE3).

No exterior

Sai às 15h ata da última reunião do FOMC (Federal Open Market Comittee), equivalente ao Comitê de Política Monetária aqui. Na reunião de 16 e 17 de setembro, o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) cortou os juros em meio ponto porcentual. A ata deve dar pistas sobre o que acontecerá com a taxa na reunião de novembro.

O mercado tem duas apostas: corte de 0,25 ponto ou manutenção. O Fed pode deixar de fazer cortes por conta dos estragos de furacões e também pela alta do petróleo, cujas cotações estão em alta de 1,8% nesta quarta-feira.

Já o preço do minério de ferro recua em Singapura. O mercado segue aguardando o possível anúncio de mais medidas de estímulo econômico da China, que podem sair no sábado.

De olho no furacão

Os investidores também estão atentos ao furacão Milton nos EUA. Na Flórida, companhias aéreas, empresas de energia e parques temáticos da Disney e Universal Studios paralisaram suas operações para se preparar para a chegada do furacão Milton ao estado nesta quarta-feira.

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