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Ataque com granada e jogo do bicho: quem é Rogério Andrade, alvo da polícia

Fabíola de Oliveira e Rogério de Andrade - Reprodução/Instagram
Fabíola de Oliveira e Rogério de Andrade Imagem: Reprodução/Instagram
do UOL

Do UOL, em São Paulo

09/10/2024 10h51Atualizada em 09/10/2024 12h13

O contraventor Rogério Andrade e o presidente da Mocidade de Padre Miguel, Flávio da Silva Santos, são alvos de uma operação contra integrantes e pessoas ligadas a um grupo de extermínio que matou um homem no Rio, em setembro de 2021.

Rogério Andrade é sobrinho e herdeiro de Castor de Andrade, um dos bicheiros mais famosos do Rio e com longa história no Carnaval.

Quem é Rogério Andrade

Rogério assumiu os negócios do tio após a morte dele, em 1997. Ele era o braço direito de Castor e dividiu o espólio com Paulo Roberto de Andrade, filho do bicheiro, e Fernando Iggnácio, que era casado com Carmen Lúcia, filha de Castor.

O tio era muito ligado ao Carnaval carioca. Castor era um grande investidor da Mocidade Independente de Padre Miguel, desde os anos 1970. Ele, junto com a cúpula do jogo do bicho, foi um dos criadores da Liesa, a liga das escolas de samba do Rio. Assim, Rogério também herdou as funções do tio na escola e se tornou patrono. Sua presença nos desfiles é frequente.

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O contraventor Rogério de Andrade
Imagem: André Lobo/UOL

Fabíola, rainha da bateria da Mocidade, está com Rogério há dez anos. Eles têm dois filhos juntos. Fabíola já ocupou o cargo de musa da Mocidade em 2016 e é presença frequente nos desfiles e ensaios da agremiação.

Após a morte do tio, ele foi acusado de matar os demais herdeiros do espólio. Paulo Roberto foi assassinado no ano seguinte. Rogério chegou a ser apontado como mandante, mas foi absolvido posteriormente. Assim como Paulo, Iggnácio também foi assassinado. Rogério mais uma vez foi ligado à morte, mas a ação penal foi encerrada pelo STF.

Com a morte de Castor, os contraventores passaram a travar uma sangrenta disputa pelo controle do jogo do bicho. Segundo investigações da Polícia Federal, mais de 50 assassinatos até 2007 são atribuídos à guerra da contravenção.

Ele foi vítima de um atentado com granada. Em 2010, granadas foram instaladas dentro de seu carro. Seu filho Diogo morreu, mas Rogério sobreviveu, passando apenas por cirurgias no rosto. No documentário "Vale o Escrito", Rogério é descrito como "senhor do crime", por Bernardo Bello, ex-marido de Tamara Garcia, que faz parte de outra família importante no jogo do bicho carioca.

O que aconteceu

Vítima tinha ligação com o jogo do bicho e estaria disputando uma área dominada por Rogério Andrade, segundo investigação do Gaeco, do Ministério Público, e da Polícia Civil. Fábio Romualdo Mendes foi morto a tiros em Vargem Pequena, na zona oeste do Rio, enquanto esperava a esposa dentro de um carro.

Agentes cumprem buscas em endereços de Rogério Andrade e de seu braço direito, Flávio Santos. O policial militar da reserva Márcio Araújo de Souza, que chefia a segurança de Rogério Andrade, e os policiais militares Marcos Araújo de Souza e Ramon Malta Moreira, são suspeitos de ocultamento de provas. Também são investigados o policial militar Adriano da Rocha Muniz e José William Fernandes de Assis por suspeita de envolvimento no crime.

Quatro mandados de prisão preventiva foram expedidos pela 2ª Vara Criminal. Os alvos são o ex-policial militar Thiago Soares Andrade Silva, Anderson de Oliveira Reis Viana, Rodrigo de Oliveira Andrade de Souza e o policial militar Bruno Marques da Silva, todos denunciados por participação no assassinato de Fábio Romualdo Mendes.

Mandados são cumpridos até em penitenciárias e batalhão da PM. Agentes foram no Presídio Constantino Cokotós, na Penitenciária Lemos Brito, na Unidade Prisional da Polícia Militar, no 39º BPM (Belford Roxo), no Hospital Central da PM e na Diretoria-Geral de Pessoal da PM.

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