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TRE-SP manda excluir vídeo em que Boulos cita BO de esposa de Nunes

Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (Psol) disputarão o segundo turno em São Paulo. Fotos: Governo de São Paulo e Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados Imagem: Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (Psol) disputarão o segundo turno em São Paulo. Fotos: Governo de São Paulo e Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Do UOL, em São Paulo

08/10/2024 16h47Atualizada em 08/10/2024 17h00

O TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) determinou que o Instagram e o Tik Tok retirem do ar vídeos em que Guilherme Boulos (PSOL) associa o adversário Ricardo Nunes (MDB) ao crime organizado e sugere que ele agrediu a esposa, Regina Nunes — o que o prefeito nega.

O que aconteceu

Decisão atende a pedido da campanha de Nunes, e vídeos de Boulos devem ser retirados em 24 horas. Caso a decisão seja descumprida, as empresas podem pagar multa. Nunes e Boulos disputam o segundo turno — prefeito terminou o primeiro turno na liderança, com 29,48% dos votos válidos, contra 29,07% do psolista. A diferença entre os dois foi de apenas 25 mil votos.

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Boulos afirmou na publicação que o prefeito tem "histórico de relação com crime organizado, com tráfico de drogas". Nos vídeos, publicados nos perfis do candidato em ambas as redes, ele diz ainda que o prefeito "botou o crime organizado no comando da Prefeitura de São Paulo, nos contratos da Prefeitura de São Paulo".

O deputado disse ainda ainda que Nunes tem "que responder por boletim de ocorrência de violência contra a mulher". "Do lado de lá, a gente tem alguém que precisa responder e esclarecer o que não fez nesse primeiro turno sobre agressão contra a mulher, violência física, psicológica contra a mulher", reforça em outro trecho da gravação. As declarações foram feitas na coletiva de imprensa dada por Boulos no domingo (6), depois do resultado do primeiro turno.

Campanha de Nunes afirmou que Boulos praticou "discurso de ódio" e que vai registrar queixa-crime pelas "declarações caluniosas". A campanha lembrou que o emedebista criticou Pablo Marçal (PRTB) no sábado (5) por ter publicado um laudo falso que dizia que Boulos foi internado por uso de cocaína. "Boulos, contudo, indica que adotará o mesmo método vil para a eleição de segundo turno", diz outro trecho da nota.

Decisão do TRE afirma que Marçal já foi condenado pelo tribunal por acusações semelhantes na disputa eleitoral. Segundo a juíza Claudia Barrichello, da 2ª Zona Eleitoral, "a vinculação do autor com o crime organizado e a afirmação de que ele praticou violência física contra a mulher já foram enfrentadas pelo Poder Judiciário Eleitoral nestas eleições de 2024".

Ainda segundo a decisão, "tampouco é possível admitir-se" que as acusações sejam feitas por Boulos. "Entendo que, no caso concreto, está presente o perigo da demora, considerada a potencialidade lesiva do conteúdo para a imagem do candidato, bem como a abrangência do veículo de publicação em questão, com rápida difusão a elevado número de pessoas."

Marçal vinha repetindo acusações de agressão de Nunes contra Regina. O candidato do PRTB repetiu dez vezes a pergunta ao prefeito, durante debate promovido pelo UOL e pela Folha, em 30 de setembro. "Por que sua mulher registrou um boletim de ocorrência contra você por violência doméstica?", questionou.

No debate da Globo, Marçal voltou ao assunto e Nunes usou parte das considerações finais para negar a acusação. "Foi covarde o que Marçal fez aqui, no finalzinho da pergunta dele, sem eu ter direito de falar. Eu sou casado há 27 anos, eu amo minha esposa, tenho três filhos e um neto. Eu tive um problema há 14 anos que eu fiquei um período separado da minha esposa. Mas o nosso amor, graças a Deus, está bem. Estamos casados, felizes. Leia o B.O, tem nada de agressão física. Tivemos uma discussão por telefone e mensagem", disse.

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