Rússia proíbe plataforma de mensagens Discord
A Rússia anunciou, nesta terça-feira (8), que proibiu a plataforma de mensagens Discord por descumprir a lei, em mais um exemplo do controle exercido pelas autoridades sobre a internet.
"O acesso ao serviço de mensagens Discord está restrito devido à violação dos requisitos da legislação russa, cujo cumprimento é necessário para prevenir o uso do serviço com fins terroristas e extremistas", declarou em um comunicado o regulador russo de telecomunicações, Roskomnadzor.
Nos últimos anos, a Rússia tem ordenado a plataformas estrangeiras que removam conteúdos que considera "ilegais", impondo multas relativamente modestas, mas periódicas, se não cumprirem as exigências.
Em julho de 2023, o Discord, criado nos Estados Unidos em 2015, foi multado em seis milhões de rublos (cerca de 344 mil reais) por um tribunal de Moscou por não remover conteúdos considerados "ilegais", mas a empresa "ignorou a decisão" do tribunal, lamentou Roskomnadzor.
Em 1º de outubro, ordenou novamente ao Discord que removesse quase 1.000 elementos de conteúdo proibido, mas o regulador alega que a plataforma não o fez. Também afirma que o serviço "é utilizado ativamente por criminosos".
O Discord, muito popular entre os jovens russos, ainda é utilizado menos do que o Telegram, que é preferido pelo público em geral.
Desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022, o Kremlin reforçou consideravelmente seu controle sobre o setor digital, severamente impactado pelas sanções ocidentais.
O governo russo também intensificou seu controle sobre a internet, proibindo vários sites e redes sociais ocidentais onde seus críticos podiam se expressar livremente, como Facebook, Instagram e X.
No entanto, ainda é possível acessar essas ferramentas a partir da Rússia usando uma VPN.
O Discord, empresa americana com sede em San Francisco, oferece uma plataforma gratuita para troca de texto, áudio e vídeo. Segundo seu site oficial, tem 150 milhões de usuários ativos mensais.
bur/bds/sag/nn/ic/mvv
© Agence France-Presse
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