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Israel amplia sua ofensiva terrestre contra o Hezbollah no sul do Líbano

08/10/2024 07h16

Israel afirmou nesta terça-feira (8) que intensificou sua ofensiva terrestre contra o movimento islamista Hezbollah no sul do Líbano. 

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu no primeiro aniversário dos ataques do Hamas, em 7 de outubro, que lutará contra o movimento palestino e o Hezbollah libanês, aliados do Irã, seu inimigo declarado. 

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Apesar das mortes de seus líderes, estes movimentos continuam a disparar foguetes contra Israel, a partir de Gaza e do Líbano. 

O Exército israelense anunciou que a divisão 146 iniciou na segunda-feira "operações limitadas e seletivas contra alvos terroristas e infraestruturas do Hezbollah no sudoeste do Líbano", no litoral mediterrâneo. 

Na véspera, o Exército já havia alertado que em breve iria operar "na zona marítima" ao sul do rio Al Awali, e pediu à população que deixasse a área.

Em Sídon, a 40km ao sul de Beirute, os barcos de pesca e outras embarcações estão estacionadas, e o mercado de peixes mais tranquilo que normalmente. 

"Somos pescadores e não temos outras fontes de renda", lamenta Hamza Sonbol, pescador. 

Israel segue bombardeando o sul e o leste do país, como os subúrbios do sul de Beirute.

O Hezbollah, por sua vez, reivindicou disparos de foguetes contra posições militares no norte de Israel, incluindo a cidade de Haifa. Foram lançados 85 projéteis, segundo o Exército israelense, a maioria deles foi interceptada.

O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, não hesitou em afirmar que o Hezbollah é uma "organização quebrada, sem comando significativo nem capacidade de fogo e uma direção desintegrada" desde a morte de seu líder, Nassan Nasrallah, em um bombardeio no sul de Beirute no final de setembro. 

- Quatro divisões -

Depois de enfraquecer o Hamas em sua ofensiva em Gaza, o Exército israelense transferiu a maior parte das suas operações para o Líbano em setembro para combater o Hezbollah, que abriu uma frente em 8 de outubro de 2023 contra Israel em apoio ao movimento palestino. 

Israel quer afastar os militantes pró-Irã das suas zonas fronteiriças, reduzir as hostilidades e permitir que cerca de 60 mil habitantes que fugiram da violência no norte voltem para casa. 

Depois de quase um ano de fogo cruzado na fronteira, o Exército israelense começou a bombardear os redutos do Hezbollah no sul e no leste do Líbano, e nos subúrbios ao sul de Beirute, em 23 de setembro. Em um desses ataques, Nasrallah morreu. 

No dia 30 de setembro, o Exército lançou uma ofensiva terrestre no sul do Líbano, onde atualmente conta com quatro divisões posicionadas. 

Apesar destes intensos bombardeios, a milícia xiita garante que sua situação é "boa". 

"Todos os dias alcançamos muitos objetivos", disse, nesta terça,  Naim Qasem, número dois do grupo. "Nossas capacidades seguem sendo boas" e a liderança do movimento está perfeitamente organizada. 

Qasem também disse que apoiava os esforços da classe política do Líbano para conseguir um cessar-fogo. 

- "Missão sagrada" -

Desde outubro do ano passado, mais de 2.000 pessoas morreram no Líbano e mais de mil delas desde 23 de setembro, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais. Mais de um milhão de pessoas foram forçadas a se deslocar. 

"Definimos os objetivos da guerra e estamos no caminho certo para alcançá-los: destruir o Hamas [em Gaza], trazer para casa todos os reféns, tanto os vivos como os mortos. Esta é uma missão sagrada e não iremos parar até alcançá-la", declarou Netanyahu na segunda-feira. 

O ataque sem precedentes do Hamas em 7 de outubro de 2023 em solo israelense matou 1.206 pessoas em Israel, a maioria delas civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelenses. 

Das 251 pessoas sequestradas naquele dia, 97 ainda estão em Gaza, 34 foram declaradas mortas pelo Exército. 

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza, governada pelo Hamas, na qual já morreram mais de 41.965 palestinos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que a ONU considera confiáveis.

- "Uma resposta mais forte" -

O Hamas afirma continuar sua luta contra Israel, através de uma "longa batalha de desgaste", nas palavras do porta-voz do braço armado do movimento, Abu Obeida. 

Em Gaza, a Defesa Civil informou a morte de 17 pessoas, entre elas várias crianças, no campo de refugiados de Bureij, no centro.

As operações militares israelenses continuam em Jabaliya, no norte do território, onde tropas israelenses lançaram um ataque terrestre, segundo testemunhas e socorristas. 

A guerra em Gaza e no Líbano desencadeou uma escalada de violência entre Israel e Irã. 

Israel declarou que prepara um ataque ao seu arqui-inimigo iraniano, em resposta aos mísseis disparados há uma semana por Teerã contra seu território. 

A República Islâmica diz que reagirá a qualquer resposta israelense. 

"Qualquer ataque às infraestruturas iranianas implicará uma resposta mais forte", disse o ministro das Relações Exteriores, Abbas Araqchi, citado pela televisão estatal.  

O presidente americano, Joe Biden, aconselhou Israel a não atacar instalações petrolíferas no Irã, um dos dez maiores produtores de petróleo do mundo. 

bur/tp/feb/es/acc/jc/dd

© Agence France-Presse

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