Falha em tubulação trava movimentação de gás em instalações da Eneva em Sergipe
SÃO PAULO E RIO DE JANEIRO (Reuters) -A Eneva informou nesta terça-feira que a movimentação de gás natural em suas instalações em Sergipe foi impossibilitada temporariamente por uma falha em tubulação que conecta sua plataforma de armazenamento e regaseificação de gás natural FSRU ao gasoduto marítimo.
Segundo a companhia, o problema afeta o fornecimento de gás à usina termelétrica (UTE) Porto de Sergipe I e também à malha de transporte de gás natural. No caso da térmica, a Eneva afirmou que tomará medidas para garantir a oferta por meio de outro gasoduto.
A Eneva afirmou ainda em comunicado nesta terça-feira que está avaliando a extensão e duração do evento relacionado à tubulação de sua plataforma, que será resolvido de forma definitiva com a substituição do Riser (tubulação de conexão) pela unidade disponível em seu estoque.
Mas a realização do trabalho "depende de contratação de prestadores de serviços especializados, não sendo possível estimar nesse momento o prazo para resolução do evento".
"Ações mitigadoras para garantir a operação da UTE Porto de Sergipe I e o cumprimento de todos os contratos e compromissos de fornecimento de gás estão sendo tomadas, utilizando-se, inclusive, da conexão ao gasoduto da TAG", acrescentou.
O revés ocorreu após a reguladora ANP ter autorizado na semana passada o início das operações de um novo trecho de dutos que conectou a malha de gasodutos da TAG ao terminal de armazenamento e regaseificação de gás natural liquefeito (GNL) da Eneva, no litoral de Sergipe.
Com as autorizações, a Eneva passou a poder trazer de outros países novas fontes de suprimento de gás à malha integrada de transporte do insumo do Brasil, assim como tornou possível que a sua usina termelétrica Celse possa consumir também gás nacional.
Com 1,6 gigawatt (MW) de capacidade, a termelétrica de Sergipe, que antes contava apenas com acesso a GNL importado, começou a ser despachada neste mês pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em meio à seca severa que vem afetando o potencial de geração da usinas hidrelétricas do país.
O acionamento flexível da termelétrica da Eneva e de outras duas, Santa Cruz e Linhares, até dezembro, com o objetivo de atender os horários de pico da demanda por energia, foi aprovado no mês passado pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), como parte das ações preventivas do governo para maximizar os recursos do sistema elétrico nacional.
(Por Letícia Fucuchima e Marta Nogueira; edição de Roberto Samora)