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PSDB despenca de 176 prefeitos em São Paulo em 2020 para apenas 21 agora

Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB - Reprodução - 02.dez.2023/Instagram @marconiperillo
Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB Imagem: Reprodução - 02.dez.2023/Instagram @marconiperillo
do UOL

Do UOL, em São Paulo

07/10/2024 20h05Atualizada em 08/10/2024 10h07

Pela primeira vez fora do segundo turno na capital paulista, o PSDB, que tinha 176 prefeitos no estado em 2020, elegeu apenas 21 neste ano. Em Piracicaba, o partido ainda disputará o segundo turno.

O que aconteceu

O PSDB perdeu 88% das suas prefeituras no estado. Após debandada de prefeitos da sigla no interior, restaram 23 prefeitos em SP em 2024, antes das eleições. A partir de 1º de janeiro de 2025, serão só 21. Cada tucano eleito é comemorado pelo partido: "Elegemos em primeiro turno o prefeito de Santo André, estamos disputando Piracicaba, elegemos o prefeito de Marília", disse Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB, ao UOL. "É o que a gente tem hoje, mas isso não é de agora, já vem de dois anos para cá."

Segundo ele, o plano de reconstrução da sigla começou com o lançamento de mais de 50 candidaturas no estado este ano. "Com a derrota do Rodrigo Garcia e a ascensão de Tarcísio de Freitas, houve um ataque especulativo ao PSDB de São Paulo, e nós ficamos reduzidos", disse.

É um recomeço, a gente chegou perto do fundo do poço, mas já estamos nos recuperando e recuperando cidades importantes também, com lideranças que vão renovar o partido aqui.
Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB

Santo André é a única grande cidade paulista que elegeu um tucano, Gilvan Júnior. O partido lidera as eleições majoritárias no município desde 2017, quando a cidade elegeu o seu primeiro prefeito tucano: Paulo Serra. Ele foi reeleito em 2020 e agora apoiou Gilvan, para quem passará a prefeitura em 1º de janeiro.

Além da cidade do ABC, só Marília elegeu um tucano, dentre as que têm mais de 200 mil habitantes.

Fora do segundo turno. Dos 18 municípios paulistas que terão segundo turno, apenas em Piracicaba o PSDB continua na disputa —Barjas Negri teve 73.075 votos na primeira etapa, mais do que o seu adversário, Hélio Zanatta (PSD), que teve 54.298.

O resultado em São Paulo não foi o único saldo negativo para o partido. José Luiz Datena, que afirmou "não estar à altura do PSDB" ao declarar derrota, com só 1,83% dos votos na capital, não foi tão pior que no restante do país. Sem governador, presidente e prefeitos em capitais, o PSDB se agarra às prefeituras de Santo André (SP) e Caruaru (PE). Foi o que restou para um partido que já elegeu seis governadores só em São Paulo.

Cidades historicamente tucanas abandonaram a sigla

Desde 1997, seis mandatos tucanos ocuparam a Prefeitura de São José dos Campos. Em janeiro de 2022, o vice-governador de SP, Felício Ramuth, deixou o PSDB e foi para o PSD, por desavenças com João Doria. Ramuth foi prefeito do município por dois mandatos consecutivos (2017 e 2022) e apoiou o seu sucessor, Anderson Farias (PSD), que agora disputa o segundo turno com Eduardo Cury (PL).

Entre as eleições de 2020 e setembro de 2023, mais de 50 tucanos migraram para o PSD. O presidente da legenda, Gilberto Kassab (PSD), secretário de Governo de Tarcísio e o encarregado da articulação política, tem sido elogiado pelo governador por mediar a relação entre os deputados, prefeitos e o próprio Tarcísio.

O PSDB teve uma força enorme enquanto tinha o governo do estado. Depois que a gente perdeu o poder em São Paulo, após 28 anos de ações tucanas, o partido se desintegrou aqui. A gente está fazendo um trabalho agora para reconquistar esse espaço que foi perdido.

Prefeitos só voltam se a gente tiver o poder. Para reconstruir um partido, é preciso ter ideias, conceitos, programas e, principalmente, renovar.
Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado em versão anterior deste texto, Anderson Farias (PSD) não foi reeleito, mas disputa o segundo turno. A informação foi corrigida.

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