Petróleo Brent fecha acima dos US$ 80, influenciado por Oriente Médio e furacão
Os preços do petróleo Brent fecharam acima dos 80 dólares nesta segunda-feira (7), pela primeira vez em um mês e meio, impulsionados pelos temores de um ataque israelense contra instalações petrolíferas iranianas.
O Brent do Mar do Norte para entrega em dezembro fechou em forte alta - 3,69% - a 80,93 dólares, seu maior valor desde agosto, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) para entrega em novembro avançou 3,71%, a 77,14 dólares.
"Outro grande dia para o petróleo", resumiu Phil Flynn, do Price Futures Group. O mercado foi orientado "por um risco duplo. O primeiro, um ataque de Israel contra campos iranianos, e o segundo, o possível efeito do furacão" Milton no Golfo do México.
Desde o ataque iraniano com mísseis contra Israel, na terça-feira, o mundo espera a resposta prometida pelo Estado hebreu.
Segundo o site especializado TankerTrackers, a companhia iraniana NITC afastou navios petroleiros da costa, enquanto aguardavam carga perto da ilha de Kharg, que abriga o maior terminal de exportação de petróleo cru iraniano.
Para os analistas do Eurasia Group, "as autoridades iranianas parecem se preparar" que Israel ataque instalações petrolíferas.
Para Andrew Lebow, do Commodity Research Group, após o ataque iraniano, os operadores especulativos, que apostavam maciçamente na baixa, começaram a comprar para se proteger de eventuais perdas líquidas vinculadas a uma alta do preço do petróleo cru.
Desde a sexta-feira, as compras não são mais de cobertura (hedge), mas à espera direta de uma alta.
Se o mercado fosse privado de toda ou de parte da produção iraniana, o Brent poderia chegar a 90 dólares, avaliam os analistas do Goldman Sachs.
Mas também poderia haver um declínio "se nada acontecer durante vários dias", adverte Lebow, pois o impulso se apoia no cenário mais pessimista.
Os operadores acompanham de perto a evolução do furacão Milton, que atualmente atravessa o sul do Golfo do México rumo à Flórida como tempestade de categoria 5, a de maior intensidade, com ventos superiores a 280 km/h.
"As empresas provavelmente vão tomar precauções antes da passagem do furacão e isso terá um impacto nos volumes transportados", antecipou Phil Flynn.
Os serviços de meteorologia americanos preveem que Milton perca intensidade, mas aumente de tamanho antes de tocar o solo na Flórida, nesta quarta-feira.
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