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Josias: Não faz bem a Ricardo Nunes hipótese de reunião com Pablo Marçal

do UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

07/10/2024 11h24

A possibilidade de o prefeito Ricardo Nunes (MDB) se encontrar com Pablo Marçal (PRTB) revela aspectos vergonhosos da política, afirmou o colunista Josias de Souza no UOL News desta segunda (7).

Josias relembrou que, durante o primeiro turno da disputa pela Prefeitura de São Paulo, Nunes chamou Marçal de "bandido". e que o principal apoiador do prefeito, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), atacou o ex-coach após a divulgação de um laudo falso contra Guilherme Boulos (PSOL).

A política tem algumas coisas que são vergonhosas. Não só o prefeito chamou Marçal de bandido como o governador Tarcísio de Freitas, que é o seu principal cabo eleitoral, disse que se o Brasil fosse um país sério, Marçal estava preso.

Ambos falavam em prisão para Marçal há 48 horas. Agora, o prefeito vem e diz que 'vai se reunir'. Ele considera objetivamente a hipótese de se reunir com Marçal. Essa intenção do prefeito ou esse fim das hostilidades é alguma coisa que surpreende.

Se somarmos os votos que foram obtidos pelo prefeito Ricardo Nunes, Pablo Marçal e a Marina Helena, a direita em São Paulo teve alguma coisa próxima de 60% dos votos válidos. Isso é muita coisa. O prefeito entra nessa disputa do segundo turno como o franco favorito. Josias de Souza, colunista do UOL

Para Josias, um possível encontro com Marçal teria efeito negativo para Nunes por conta do comportamento do ex-coach durante a campanha no primeiro turno.

Ele não precisa ficar fazendo esse salamaleque para Marçal. Isso conspira contra a sua própria imagem. Nunes foi humilhado e esmigalhado por Marçal nos debates. Admitir a hipótese de se sentar a uma mesa com alguém que, durante os debates, especializou-se em virar a mesa, é desnecessário e não ajuda a compor a imagem de ponderado que o prefeito deseja.

Nunes precisa ter a noção de que não pode, com esses flertes que está fazendo à direita, perder o eleitor de centro. Mas isso não implica sentar à mesa com alguém que passou a campanha inteira do primeiro turno desmerecendo o processo eleitoral, avacalhando os debates e flertando com a criminalidade.

Não faz bem ao prefeito essa hipótese de reunião com Marçal, que ele admite gostosamente não excluir essa possibilidade. Josias de Souza, colunista do UOL

Bergamo: Periferia que deu vitória a Lula em 2022 foi ponto fraco de Boulos

Ponto forte da vitória de Lula em 2022, a periferia foi o calcanhar de Aquiles de Guilherme Boulos (PSOL) na eleição para a Prefeitura de São Paulo, analisou a colunista da Folha de S. Paulo Mônica Bergamo.

A situação é difícil. Conversando dentro da campanha dele, eles também sabem que é difícil. Não é impossível; já vimos viradas no Brasil, mas é complicado.

Boulos pode ter apoios amplos. Além de Lula, que eu imagino que vai se dedicar mais à campanha de São Paulo, ele tem Marta Suplicy, Geraldo Alckmin, Márcio França e mais ministros. A Tabata [Amaral (PSB), quarta colocada] já declarou voto nele, ampliando um pouco mais.

Qual é o calcanhar de Aquiles do Boulos? É justamente onde ele é mais forte: nas periferias. A população que ganha até dois salários mínimos, que votou massivamente no Lula em 2022 e lhe deu a vitória na capital, agora não foi para o Boulos coma força que se imaginava que poderia ir, sendo ele o candidato do Lula. Mônica Bergamo, colunista da Folha de S.Paulo

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