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Governo tenta retomar nesta semana agenda no Congresso, diz Padilha

07/10/2024 15h25

BRASÍLIA (Reuters) - O governo trabalha para retomar sua agenda no Congresso depois do final do primeiro turno das eleições municipais, com a tentativa de votar a regulamentação da reforma tributária, os detalhes finais do Orçamento e a prioridade para o projeto que aumenta as penas para crimes ambientais, disse nesta segunda-feira o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

Além disso, o governo quer resolver rapidamente a indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central, cuja sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado está marcada para a terça-feira.

"Vamos trabalhar para que a gente possa fazer a sabatina amanhã e, aprovado na sabatina, trabalhar para que vá para o plenário o mais rápido possível. Estamos discutindo com presidente do Senado (Rodrigo Pacheco) para que possa votar o mais rápido possível", disse Padilha.

Segundo o ministro, esta semana deverá ser marcada também um reunião entre a equipe econômica e o relator da regulamentação da reforma tributária, Eduardo Braga (MDB-AM), para acertar os pontos que faltam do projeto.

"O governo é otimista com o compromisso dos presidentes das duas Casas para concluir a votação este ano. Não é decisivo para implementação da reforma tributária porque ela é efetiva a partir de 2026, mas é um gesto importante, um legado importante da presidência das duas casas", afirmou Padilha.

O governo quer também dar celeridade a uma proposta de aumento das penas para crimes ambientais. Como mostrou a Reuters, o Ministério da Justiça preparou um projeto aumentando as leis para esse tipo de crime, inclusive para quem faz queimadas. No entanto, a intenção do governo é apensá-lo a projetos que já tramitam no Congresso.

De acordo com Padilha, o projeto selecionado foi um do senador Davi Alcolumbre (União-AP).

"É PL (projeto de lei) que tem vários outros apensados a ele, por isso é o meio ideal de tramitação desse tema", explicou. "Devemos construir no diálogo com o relator, Patrus Ananias (PT-MG), e com o senador Alcolumbre, a tentativa de acrescentar a esse projeto propostas feitas pelo MJ para avançar o mais rápido possível."

ELEIÇÕES

A reunião de coordenação desta manhã entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os líderes do governo no Congresso e o os ministros palacianos, serviu também para uma avaliação do resultado das eleições municipais. Apesar do PT ter tido um crescimento razoável de 2020 para este ano, o partido do presidente ficou abaixo do PL, de Jair Bolsonaro, e mesmo abaixo de outro partido de esquerda, como o PSB.

Padilha, no entanto, trouxe para o governo o resultado de diversos partidos do centrão, que tiveram resultados significativos, e fazem parte da base do governo.

"O conjunto de partidos que apoiam o governo, que inclusive tem ministros, teve um aumento expressivo. Um crescimento significativo não só do PT, que estava em um patamar baixo em 2020, e um crescimento importante do conjunto de partidos que apoia o presidente Lula, do centro, da centro-direita", defendeu Padilha.

O ministro defendeu, ainda, que lideranças importantes da base, como Eduardo Paes (PSD), no Rio de Janeiro, e João Campos (PSB), em Recife venceram nomes fortes do bolsonarismo. No segundo turno, disse Padilha, Lula vai apoiar diversos nomes que não são do PT, mas são de partidos fortes da base, como Fuad Norman (PSD), que disputa o segundo turno em Belo Horizonte com Bruno Engler (PL), nome de Bolsonaro.

"Governo do presidente Lula lidera uma frente ampla que tem lideres que derrotaram ícones do bolsonarismo. Sabemos da força dessa extrema-direita no país, ninguém nega essa força, ninguém nega a capilaridade nacional dessa força. Agora, acreditamos que, no segundo turno, essas lideranças que compõem essa frente ampla do presidente Lula têm todas as condições de derrotar, inclusive, essas lideranças de extrema-direita. Esse é o embate que vai ter no segundo turno", disse Padilha.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu)

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