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"Cessar-fogo é urgente", diz pesquisadora sobre aniversário de um ano da guerra entre Israel e Hamas

07/10/2024 11h47

A guerra entre Israel e o grupo Hamas completa um ano neste 7 de outubro de 2024, com um saldo trágico de quase 42 mil mortos na Faixa de Gaza, sendo a maioria civis. Para Monique Sochaczewski, doutora em História e pesquisadora sênior do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), a data se tornou "um dos momentos mais trágicos da história dos judeus desde o Holocausto", enquanto o conflito provoca traumas nos dois lados.

A guerra começou no dia 7 de outubro de 2023, com um ataque realizado por comandos do Hamas infiltrados a partir da Faixa de Gaza, no sul de Israel, resultando em cerca de 1.200 mortes. A ofensiva considerada "sem precedentes" na história do conflito entre israelenses e palestinos, deu início à um disputa entre os dois campos que já dura 12 meses.

"Israel pode ter matado algumas lideranças (do Hamas) ou acabado com alguns grupos, mas na prática o Hamas ainda existe. Não conseguiram libertar os reféns (...), então o balanço em relação à guerra, na minha avaliação, é de que não só não foi eficiente para o que eram os objetivos, como tiveram muitos impactos também dentro de Israel, sejam políticos, sejam econômicos. Um balanço triste de um momento trágico", diz a pesquisadora.

"O 7 de outubro é um dos momentos mais trágicos da história dos judeus desde o Holocausto (...) Esse é um marco que fica, mas a resposta que foi levada adiante é tão traumática quanto, e a gente tem aí um número gigantesco de palestinos vítimas, e a situação parece estar mais aguda em termos de problemas para o Oriente Médio", acrescenta Sochaczewski.

"Israelenses ainda estão no 7 de outubro"

Durante o ataque de 7 de outubro, que desencadeou a guerra, 251 pessoas foram sequestradas e feitas reféns. Destas, 97 permanecem nas mãos do Hamas na Faixa de Gaza, incluindo 33 que os militares israelenses afirmam estarem mortas. Para a pesquisadora, ao longo desse um ano, o conflito já deixou traumas profundos tanto na sociedade palestina como na israelense.

"É necessário urgente um cessar-fogo, para que os palestinos consigam se reconstruir em Gaza, para que Israel também consiga se reconstruir. A economia israelense está impactada, a sociedade israelense está traumatizada, ela ainda está no 7 de outubro, todo mundo conhece alguém que foi mutilado, estuprado, sequestrado ou que está lutando", explica.

Apesar das vidas perdidas e das tentativas de negociações por parte de países mediadores, como os Estados Unidos, uma solução para o conflito ainda parece estar longe de acontecer, segundo a pesquisadora.

"É muito complicado para todos os lados. Dito isto, as tentativas de mediações mais empenhadas dos Estados Unidos não parecem surtir efeito. Então, infelizmente, vejo esse conflito se desenrolando por mais um tempo", conclui Sochaczewski.

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