Topo
Notícias

Bolsa e dólar fecham em alta com petróleo passando de US$ 80

do UOL

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL

07/10/2024 10h06Atualizada em 07/10/2024 17h27

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em alta de 0,17% nesta segunda-feira (7). O Ibovespa foi a 132.017 pontos. Enquanto as principais bolsas de Nova York passaram o dia no vermelho, aqui o preço do petróleo puxou o índice para cima.

O dólar subiu 0,55%, fechando a R$ 5,485 e o dólar turismo a R$ 5,69.

O que está acontecendo?

Os riscos de uma escalada no conflito entre Israel e Irã continuam pressionando os preços do combustível. Para piorar a situação, também há o furacão Milton, que está no Golfo do México. A tempestade subiu para a categoria 4 (em uma escala que vai até 5) nesta segunda e tem potencial de prejudicar a produção petroleira americana.

Depois da alta da semana passada, quando houve o maior avanço em mais de um ano, os valores seguiram subindo. Em Nova York, o petróleo WTI para entrega em novembro fechou em alta de 3,57%, a US$ 77,14 por barril. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o barril do petróleo tipo Brent para dezembro avançou 3,55%, a US$ 80,93. Tudo isso depois do Brent ter subido mais de 8% e o WTI ter acumulado valorização de 9% na primeira semana de outubro.

É a primeira vez desde agosto que o preço chega a esse patamar. "O ambiente segue de aversão ao risco, impulsionado pela escalada do conflito no Oriente Médio, que afeta o transporte da produção devido a potenciais ataques com mísseis e faz com que o preço do petróleo no mercado internacional suba", diz Elson Gusmão, diretor de câmbio da Ourominas.

Mas a alta acabou beneficiando a Bolsa hoje. "A subida do Ibovespa acontece por causa da alta no preço do petróleo. Como somos exportadores, o valor mais alto lá fora faz com que entrem mais dólares por aqui", diz Gusmão.

Com isso, as ações da Petrobras tiveram ganhos. PETR3 foi a R$ 41,95, com aumento de 1,43%, enquanto PETR4 teve avanço de 1,24%, chegando a R$ 38,31, conforme dados preliminares.

No curto prazo, entretanto, o Ibovespa segue com dificuldades em definir uma tendência, segundo Fábio Perina, analista do Itaú. "A retomada do movimento de alta nos mercados americanos poderá ser um gatilho positivo por aqui", diz ele. Na semana que vem, começa a temporada de balanços do terceiro trimestre por lá.

Inflação

Na ponta que segurou a alta do Ibovespa estava o IGP-DI, que subiu 1,03% em setembro, depois de ter tido elevação de 0,12% em agosto. O total veio acima da expectativa do mercado, de 0,80%. O avanço dos preços de produtos como soja, bovinos, leite e laranja para o produtor foi o que fez o índice acelerar, segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas). Em 12 meses, o acumulado está em 4,83%.

A expectativa de inflação para o ano também subiu, segundo os economistas consultados pelo Boletim Focus. Passou de 4,37% para 4,38%, ainda próxima do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, estava em 4,30%. Nos últimos cinco dias úteis, 43 instituições revisaram para cima as estimativas para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 2024. A mediana passou de 4,36% para 4,40%.

O IPCA de setembro será divulgado depois de amanhã, nesta quarta-feira (9).

Por que inflação é ruim para a Bolsa?

A alta de preços afeta a vida de todo mundo. Mas para a Bolsa ela é especialmente ruim. Com inflação em alta, aumenta a chance de o Banco Central subir novamente a taxa Selic. E quanto mais os juros sobem, pior para as ações. Elas caem porque as empresas ficam mais endividadas e os investidores fogem para aplicações de renda fixa.

Desde a alta da Selic, em 18 de setembro, o Ibovespa acumula perdas de 1,46%, segundo a Economatica.

No exterior

Ainda é feriado na China. Os mercados só reabrem amanhã (esta noite, na horário brasileiro). Altos funcionários da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma falaram com repórteres sobre a implementação das políticas de estímulo nesta noite, ou na terça-feira (08) pela manhã, conforme o horário chinês.

Amanhã

Nesta terça-feira, Gabriel Galípolo, indicado para assumir o Banco Central, será sabatinado. Ele responderá a perguntas da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Caso aprovado após a sabatina, que começa às 10h, Galípolo terá o nome apreciado pelo Plenário ainda na terça.

Notícias