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Haddad chama Marçal de 'estelionatário' por laudo falso contra Boulos

O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), chegou acompanhado da esposa, Ana Estela Haddad, para votar no Colégio  Bilíngue Catamarã, no bairro de Moema, zona sul da capital paulista - WAGNER ORIGENES/ESTADÃO CONTEÚDO
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), chegou acompanhado da esposa, Ana Estela Haddad, para votar no Colégio Bilíngue Catamarã, no bairro de Moema, zona sul da capital paulista Imagem: WAGNER ORIGENES/ESTADÃO CONTEÚDO
do UOL

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

06/10/2024 10h45

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), se referiu hoje a Pablo Marçal (PRTB) como "estelionatário" ao comentar o caso envolvendo a postagem de um laudo médico forjado que associava Guilherme Boulos (PSOL) ao uso de drogas. A PF incluiu o episódio em um inquérito que apura acusações feitas pelo ex-coach contra candidatos à Prefeitura de São Paulo ao longo da campanha.

O que aconteceu

Haddad pede rigor na investigação. O ministro se posicionou sobre o caso ao votar no Colégio Bilíngue Catamarã, em Moema, zona sul de São Paulo. "[O caso precisa ser investigado] com o rigor necessário para que ninguém se aventure a fazer algo ainda pior. A cada ciclo, vai piorar a qualidade da democracia, se não zelarmos pelas regras que a garantem. O que aconteceu ontem é inaceitável".

Ministro diz que tolerância a fake news faz com que transgressores passem a "testar os limites". "A gente sabe como uma fake news começa, mas a gente não sabe como termina. Estamos vivendo isso há muitos anos no Brasil, e tolerando", disse.

[Com a tolerância às fake news], o transgressor começa a testar os limites. O que aconteceu foi isso: um estelionatário testando os limites do que é possível fazer em uma eleição para ganhar. Quem gosta de liberdade, quem gosta de democracia, quem quer o jogo justo para que a população defenda o seu destino, não pode aceitar esse tipo de coisa.
Fernando Haddad

O que se sabe sobre o caso

Boulos pediu a prisão de Marçal depois que o ex-coach divulgou um prontuário médico falso que aponta surto psicótico grave e uso de cocaína pelo deputado. Marçal publicou um prontuário médico forjado em suas redes enquanto participava de um podcast. O UOL confirmou que o número do RG do candidato está errado no documento.

O documento tem erros de digitação, erro nas informações do documento e é assinado por um médico que já morreu. José Roberto de Souza está com o registro no CRM-SP (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) inativo desde 2022. No site do órgão, a situação do profissional aparece como "falecido". A assinatura do documento forjado é diferente da que aparece em um documento judicial de 2019.

Boulos disse que adversário "não tem limite" e que o documento é falso. Em vídeo ao vivo nas redes, ele também pediu a prisão do administrador da clínica em que Marçal diz que ele foi atendido em 2021. "O dono da clínica tem um vídeo com o Pablo Marçal, é apoiador dele, e nós vamos publicar aqui no meu Instagram esse vídeo assim que eu terminar a live", afirmou.

Cerca de duas horas depois da publicação de Marçal, o ex-coach disse que o Instagram removeu o post. "Parabéns pela democracia de esquerda", disse o candidato. Neste sábado (5), a Justiça Eleitoral determinou que Marçal e outros perfis apaguem postagens que trazem o prontuário médico forjado.

Marçal associa Boulos, sem apresentar provas, ao uso de cocaína desde o início da campanha. Ele já foi condenado pela Justiça Eleitoral a apagar publicações sobre o assunto nas redes sociais. No debate da TV Globo, o psolista apresentou um exame toxicológico feito no dia 2 de outubro com resultado negativo.

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