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Eleitores vão às urnas escolher prefeitos e vereadores nas 5.569 cidades do país

06/10/2024 08h59

Por Eduardo Simões

SÃO PAULO (Reuters) - Quase 156 milhões de eleitores poderão ir às urnas neste domingo para escolher os prefeitos e vereadores das 5.569 cidades do país, em um pleito que deve começar a colocar as peças no tabuleiro político para as eleições para governos estaduais, Congresso Nacional e a Presidência da República daqui a dois anos.

De norte a sul do Brasil, os eleitores escolherão entre mais de 15 mil postulantes a prefeito e mais de 431 mil pretendentes para os 58.444 assentos em câmaras municipais em todo o país, em uma mega operação logística realizada pela Justiça Eleitoral.

As urnas foram abertas às 8h (horário de Brasília) e serão fechadas às 17h, quando será iniciada a apuração.

Em 103 cidades com mais de 200 mil eleitores um segundo turno de votação para prefeito pode ocorrer no dia 27 de outubro, a não ser que um dos candidatos conquiste mais da metade dos votos válidos já neste domingo.

O resultado do pleito municipal deve estabelecer as bases para os partidos começarem a pensar na montagem de suas chapas e palanques para as disputas para deputado federal em 2026. As bancadas que serão eleitas em dois anos servirão de critério para a distribuição dos recursos partidários.

Caso se confirmem os números de pesquisas eleitorais divulgadas às vésperas do pleito, a apuração deverá mostrar um fortalecimento de partidos do chamado centro e de nomes da direita com retórica antissistema, muitos apoiados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ao mesmo tempo, o cômputo geral não deverá ser alvissareiro para a esquerda, campo político do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que em grande parte manteve-se afastado de eventos de rua e teve atuação discreta na campanha em geral.

Fator bastante presente em eleições anteriores no país, especialmente do pleito municipal de 2016 para cá, candidatos com discurso antissistema voltaram a se fazer presentes e a mostrar força neste ano, em alguns casos com chances significativas de sucesso eleitoral.

Em São Paulo, de longe a maior cidade do país em termos populacionais e terceiro maior Orçamento público do Brasil atrás apenas da União e do Estado de São Paulo, o ex-coach e influenciador digital Pablo Marçal (PRTB) assumiu esse papel e embaralhou uma disputa que inicialmente parecia ser um duelo indireto entre Lula, representado por Guilherme Boulos (PSOL), e Bolsonaro, que deu seu apoio ao atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB).

Com uma retórica agressiva, marcada por apelidos desrespeitosos colocados em adversários e por acusações sem provas contra rivais, Marçal conquistou notoriedade -- apesar de estar em um partido nanico sem tempo de TV -- e um lugar na disputa por uma vaga no segundo turno, juntando-se a Boulos e Nunes.

Lançando mão de uma forma heterodoxa de fazer campanha, Marçal fez com que episódios como a cadeirada que levou durante um debate do candidato José Luiz Datena (PSDB), após afirmar que o rival não era homem para agredi-lo, e do soco que um assessor seu desferiu no marqueteiro de Nunes após outro debate, ganhassem as manchetes em todo país e se tornassem marca de uma campanha que se revelou pobre na apresentação de propostas para a cidade.

O domingo deve ser marcado também pela reeleição já em primeiro turno de prefeitos em importantes capitais -- casos do Rio de Janeiro, com Eduardo Paes (PSD); Recife, com João Campos (PSB), e Salvador, com Bruno Reis (União).

Em outras, no entanto, o atual ocupante da cadeira deve ficar fora de uma rodada decisiva de votação, casos de Belém, de Edmilson Rodrigues (PSOL), e Fortaleza, de José Sarto (PDT). Na capital cearense, inclusive, o duelo de segundo turno deve ser entre um petista, Evandro Leitão, e um bolsonarista, André Fernandes (PL).

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