Só 2 governadores elegem aliados em capitais; 14 já foram derrotados
Os governadores não foram cabos eleitorais decisivos nas disputas das capitais. No primeiro turno, só dois elegeram seus candidatos e outros dez garantiram vaga no segundo turno.
O que aconteceu
Quatorze não conseguiram emplacar nem na segunda etapa. Isso aconteceu inclusive com nomes populares, como dos governadores Jerônimo Rodrigues (PT), da Bahia, e Eduardo Riedel (PSDB), do Mato Grosso do Sul. A principal derrota, no entanto, foi de Rafael Fonteles (PT), do Piauí.
Já outros foram determinantes para levar ao segundo turno. Elmano de Freitas (PT) e Helder Barbalho (MDB), por exemplo, ajudaram que o partido seguisse em frente em Fortaleza e Belém, respectivamente.
Só dois já conseguiram
O governador Gladson Cameli (PP) teve sua parcela na reeleição de Tião Bocalom (PL) em Rio Branco. De lados separados em 2020, os dois se aproximaram nos últimos anos e Cameli entrou na campanha. Com 54% dos votos, o prefeito deixou para trás o ex-prefeito Marcus Alexandre (MDB), antigo petista.
Topazio Neto (PSD) teve o apoio do governador Jorginho Mello (PL) para ser reeleito em Florianópolis. Apoiado também pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ele teve 58% dos votos.
Dez levaram ao segundo turno
Se não no primeiro, alguns apoios regionais foram relevantes para levar o candidato ao segundo turno. Em Goiânia, o governador Ronaldo Caiado (União) foi bem-sucedido ao bancar o ex-deputado Sandro Mabel (União). Ele vai ao segundo turno contra o ex-deputado estadual Fred Rodrigues (PL).
Popular no Pará, o governador Helder Barbalho (MDB) carregou o deputado estadual Igor Normando (MDB) em Belém. Ele vai para o segundo turno com e o deputado bolsonarista Éder Mauro (PL). O prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL), que enfrenta baixa popularidade, ficou de fora.
Em Porto Velho, o governador Marcos Rocha (União) não conseguiu eleger sua candidata em primeiro turno. Líder nas pesquisas, havia uma expectativa de que a ex-deputada Mariana Carvalho (União), nome do prefeito Hildon Chaves (União), fosse eleita neste domingo. Ela enfrentará o ex-deputado Léo Moraes (Podemos).
Em Fortaleza, o grupo petista teve sucesso mais uma vez. A união entre o governador Elmano de Freitas (PT) e do ministro Camilo Santana (PT) alçou o deputado estadual Evandro Leitão (PT) ao segundo turno de uma das disputas mais acirradas do país, contra o deputado André Fernandes (PL). Eles superaram o bolsonarista Capitão Wagner (União) e o atual prefeito, José Sarto (PDT).
Em Natal, Fátima Bezerra (PT) viu a deputada Natália Bonavides (PT) também se sair bem em uma disputa difícil. Com apoio do presidente Lula (PT), ela vai ao segundo turno com o deputado Paulinho Freire (União), nome do prefeito Álvaro Dias (Republicanos).
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) também tem sua parcela na ida de Ricardo Nunes (MDB) ao segundo turno. O prefeito conseguiu uma vaga, após disputar o primeiro turno mais disputado da história da capital e vai para o segundo turno contra o deputado Guilherme Boulos (PSOL). O ex-coach Pablo Marçal (PRTB) ficou em terceiro.
Em Palmas, a deputada estadual Janad Valcari (PL) enfrenta o ex-prefeito Eduardo Siqueira Campos (Podemos). Ela é a candidata do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) e superou o deputado estadual Júnior Geo (PSDB), nome da prefeita Cínthia Ribeiro (PSDB).
Em Curitiba, o vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD) teve apoio dos dois chefes do Executivo. Ao seu lado na campanha estavam o prefeito Rafael Greca (PSD), com quem compôs chapa por dois mandatos, e o governador Ratinho Júnior (PSD). Ele enfrentará a jornalista Cristina Graeml (PMB). Nesta reta final, ela recebeu apoio informal de Bolsonaro, que oficialmente compõe a chapa de Pimentel.
Em Aracaju, o governador Fábio Mitidieri (PSD) abraçou o ex-secretário Luiz Roberto (PDT), nome do prefeito Edvaldo Nogueira (PDT). Com a base local rachada, Luiz Roberto quase ficou de fora do pleito, mas vai ao segundo turno contra a vereadora Emília Corrêa (PL).
Com apoio do governador João Azevêdo (PSB), o prefeito Cícero Lucena (PP) vai ao segundo turno em João Pessoa. Ainda uma expectativa de que ele vencesse no primeiro turno, mas enfrentará o ex-ministro bolsonarista Marcelo Queiroga (PL).
Quatorze, nem isso
Diferentemente de Fortaleza, a aliança entre governador e ex-governador popular não funcionou em Maceió. O governador Paulo Dantas (MDB) e o ex-governador e ministro Renan Filho (MDB) bancaram o nome do deputado Rafael Brito (MDB), apoiado por Lula, contra o prefeito JHC (PL), reeleito no primeiro turno.
Em Salvador também não deu. O governador Jerônimo Rodrigues (PT) estava com o seu vice-governador Geraldo Júnior (MDB), com apoio do ex-governador e ministro Rui Costa (PT), que foi pouco à capital, contra o prefeito Bruno Reis (União), também reeleito já neste domingo.
O grande fracasso, no entanto, ficou por conta de Teresina. A aliança do governador Rafael Fonteles (PT) e do ministro Wellington Dias (PT) tinha certeza que emplacaria o deputado estadual Fábio Novo (PT) no segundo turno. O ex-prefeito Silvio Mendes (União) foi eleito com 52%.
Em Belo Horizonte, o apresentador Mauro Tramonte (Republicanos) perdeu com o apoio virtual do governador Romeu Zema (Novo). Primeiro colocado durante quase toda a campanha, Zema quase não se envolveu na disputa da capital, em especial na reta final. O deputado estadual Bruno Engler (PL) e o prefeito Fuad Noman (PSD) seguiram para o segundo turno.
O deputado Beto Pereira (PSDB) chegou a flertar com o segundo turno, mas acabou em terceiro em Campo Grande. Ele era o nome do governador Eduardo Riedel (PSDB) e de Bolsonaro. A prefeita Adriane Lopes (PP) e a ex-vice-governadora Rose Modesto (União) disputam a vaga.
Em Cuiabá, o governador Mauro Mendes (União) passou por situação semelhante. O deputado estadual Eduardo Botelho (União) chegou a liderar as pesquisas, mas acabou em terceiro. O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) passou em segundo para enfrentar o deputado bolsonarista Abílio Brunini (PL).
Em Boa Vista, a deputada estadual Catarina Guerra (União), apoiada pelo governador Antonio Denarium (PP), já foi derrotada no primeiro turno. O prefeito Arthur Henrique (MDB) foi reeleito, com 75% dos votos.
Paulo Lemos (PSOL), ex-secretário do governador Clécio Luís (Solidariedade), acabou em quarto em Macapá. O prefeito Dr. Furlan (MDB) foi o mais bem-sucedido entre os reeleitos, com 85% dos votos.
Em Manaus, o governador Wilson Lima (União) também viu o deputado estadual Roberto Cidade (União) nem arranhar uma chance. Ele acabou em terceiro, superado pelo prefeito David Almeida (Avante) e pelo deputado bolsonarista Capitão Alberto Neto (PL), que foram ao segundo turno.
Carlos Brandão (PSB), governador do Maranhão, também não teve sucesso em São Luís. Ele apoiou o deputado Duarte Júnior (PSB), unindo PT e PL, mas o prefeito Eduardo Braide (PSD) acabou reeleito no primeiro turno.
A governadora Raquel Lyra (PSDB) bancou o secretário Daniel Coelho (PSD) no Recife. Líder nas pesquisas e bem avaliado, o prefeito João Campos (PSB) venceu no primeiro turno com folga, seguido ainda pelo ex-ministro bolsonarista Gilson Machado (PL).
Cláudio Castro (PL) também tentou dar uma ajudinha a Alexandre Ramagem (PL) no Rio de Janeiro. O ex-diretor-geral da PF viu crescer as intenções de voto na reta final, mas o prefeito Eduardo Paes (PSD) foi reeleito no primeiro turno.
Já Renato Casagrande (PSB), o governador do Espírito Santo, fez o mesmo em Vitória. Ele conseguiu dar uma forcinha para o ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), que foi subindo nas pesquisas, mas o prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) foi reeleito com 56%.
Por fim, o governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) quase conseguiu em Porto Alegre. A deputada Juliana Brizola (PDT) ganhou fôlego na reta final, mas acabou em terceiro, atrás do prefeito Sebastião Melo (MDB) e da deputada Maria do Rosário (PT), que foram à segunda etapa.