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Possível sucessor de Nasrallah está sem contato desde sexta-feira, diz fonte libanesa

do UOL

05/10/2024 12h53

Por Maya Gebeily e Timour Azhari e Maayan Lubell

BEIRUTE/JERUSALÉM (Reuters) - O possível sucessor do líder assassinado do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, está sem contato desde sexta-feira, disse uma fonte de segurança libanesa neste sábado, após um ataque aéreo israelense que o teria como alvo.

Em sua campanha contra o grupo libanês apoiado pelo Irã, Israel realizou um grande ataque nos subúrbios ao sul de Beirute na noite de quinta-feira, que, segundo três autoridades israelenses citadas pela Axios, tinha Hashem Safieddine como alvo em um bunker subterrâneo.

A fonte de segurança libanesa e duas outras fontes de segurança libanesas disseram que os contínuos ataques israelenses contra o subúrbio sul de Beirute -- conhecido como Dahiyeh -- desde sexta-feira impediram que as equipes de resgate vasculhassem o local do ataque.

Até o momento, o Hezbollah não fez nenhum comentário sobre Safieddine desde o ataque.

O tenente-coronel israelense Nadav Shoshani disse na sexta-feira que os militares ainda estavam avaliando os ataques aéreos da noite de quinta-feira, que, segundo ele, tiveram como alvo a sede da inteligência do Hezbollah.

A perda do suposto sucessor de Nasrallah seria mais um golpe para o Hezbollah e seu patrono, o Irã. Os ataques israelenses em toda a região no último ano, acentuadamente acelerados nas últimas semanas, dizimaram a liderança do Hezbollah.

Israel expandiu seu conflito no Líbano neste sábado com seu primeiro ataque contra a cidade de Trípoli, no norte do país, segundo uma autoridade de segurança libanesa, após mais bombas atingirem os subúrbios de Beirute e as tropas israelenses lançarem ataques no sul.

Israel iniciou uma intensa campanha de bombardeio no Líbano e enviou tropas para o outro lado da fronteira nas últimas semanas, após quase um ano de trocas de ataques com o Hezbollah. Antes, os combates se limitavam principalmente à área da fronteira entre Israel e Líbano, paralelamente à guerra de um ano de Israel em Gaza contra o grupo palestino Hamas.

Israel afirma que seu objetivo é permitir o retorno seguro de dezenas de milhares de cidadãos às suas casas no norte de Israel, bombardeadas pelo Hezbollah desde 8 de outubro do ano passado.

Os ataques israelenses eliminaram grande parte da liderança militar sênior do Hezbollah, incluindo o secretário-geral Nasrallah em um ataque aéreo em 27 de setembro.

O ataque israelense também matou centenas de civis libaneses, incluindo equipes de resgate, segundo autoridades libanesas, e forçou 1,2 milhão de pessoas -- quase um quarto da população -- a deixar suas casas.

A autoridade libanesa de segurança disse à Reuters que o ataque de sábado a um campo de refugiados palestinos em Trípoli matou um membro do Hamas, sua esposa e dois filhos. A imprensa afiliada ao grupo palestino também disse que o ataque matou um líder de seu braço armado.

Em um primeiro momento, os militares israelenses não comentaram o ataque a Trípoli, uma cidade portuária de maioria muçulmana sunita que também foi alvo de seus aviões de guerra durante a guerra de 2006 contra o Hezbollah.

Enquanto isso, Israel efetuava bombardeios noturnos em Dahiyeh, outrora uma zona movimentada e densamente povoada de Beirute e um reduto do Hezbollah.

Neste sábado, fumaça pairava sobre Dahiyeh, onde grande parte foi reduzido a escombros, obrigando os residentes a fugir para outras zonas de Beirute ou do Líbano.

No norte de Israel, por sua vez, as sirenes fizeram com que as pessoas corressem para abrigos devido aos disparos de foguetes provenientes do Líbano.

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