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O que é o voto envergonhado, aposta de Marçal para surpreender no 1º turno?

Campanha de Marçal vê voto envergonhado como "fator surpresa" - Luiz Rodrigues Sato - 2.set.24/AtoPress/Estadão Conteúdo
Campanha de Marçal vê voto envergonhado como 'fator surpresa' Imagem: Luiz Rodrigues Sato - 2.set.24/AtoPress/Estadão Conteúdo
do UOL

Do UOL, em São Paulo

05/10/2024 05h30

Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo, acredita que o chamado voto envergonhado poderá aumentar o seu desempenho no primeiro turno das eleições, neste domingo (6).

O que é o voto envergonhado?

Eleitores omitem em qual candidato votarão por vergonha. Isso acontece, na maioria das vezes, porque o político tem alta rejeição —o índice de Marçal é o maior na capital paulista e chegou a 53%, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta (3). "O voto envergonhado tem a ver com uma decisão de voto que não é positiva, mais porque as outras opções não te agradam e não pelos méritos daquele candidato", afirma o cientista político Marco Antônio Teixeira, professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Você toma a decisão para evitar outros candidatos, do que orientado pela convicção, propostas e o decoro que aquela pessoa apresenta.
Marco Antônio Teixeira, cientista político

"Não é voto de quem faz campanha", explica Teixeira. A inibição em expor o voto impede que a pessoa angarie mais eleitores ao candidato.

É comum em cenários de polarização política e vira estratégia. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e Paulo Maluf são exemplos de políticos que se beneficiaram do voto envergonhado. "Eu acho que o Maluf encarnou bastante isto, pela própria natureza do malufismo, da corrupção, da agressividade", pontua Teixeira. Esse movimento também vira uma estratégia do candidato para motivar o eleitorado: dizer que talvez tenha mais votos do que mostram as pesquisas pode atrair eleitores indecisos.

Muita gente, de certa forma, vota para evitar o outro lado. Ou seja, esse voto comum na polarização tem muito a ver com o 'não querer'.
Marco Antônio Teixeira

Voto envergonhado como fator surpresa

Voto envergonhado pode ser fator surpresa, projeta campanha de Pablo Marçal. Uma pessoa que atua na campanha do empresário disse ao jornal Folha de S. Paulo que os institutos de pesquisa não conseguem captar essa intenção de voto, o que poderá beneficiar o empresário no domingo.

Marçal citou o voto envergonhado e pediu que apoiadores recrutem "líderes". "Tem um fenômeno chamado voto envergonhado. De tanto que bateram em mim, as pessoas não estão querendo nem na pesquisa falar", disse o candidato em um encontro online na última terça (1º). Marçal também pediu aos apoiadores que encontrem pessoas dispostas a serem voluntárias para divulgar os seus materiais de campanha.

Incógnita

Carla Jimenez, editora-chefe de Política do UOL, diz que voto envergonhado é uma é incógnita para Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição. "Esse voto seria um fator que vai mostrar o crescimento do Marçal nesta reta final. Esta é uma tese que também pode beneficiar o resultado do Boulos que padece do antipetismo que o Brasil vive intensamente, apesar de o Boulos não ser do PT, e sim do PSOL", afirmou durante o programa O Radar das Eleições, do UOL, de terça-feira.

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