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Inverdade e farsa: Lula e Boulos condenam laudo falso postado por Marçal

Marta, Boulos e Lula em ato na avenida Paulista, em São Paulo - Leandro Paiva/Divulgação
Marta, Boulos e Lula em ato na avenida Paulista, em São Paulo Imagem: Leandro Paiva/Divulgação
do UOL

Do UOL, em São Paulo

05/10/2024 18h23

O presidente Lula e o candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) condenaram o laudo falso divulgado por Pablo Marçal (PRTB). O documento tenta associar o psolista ao uso de drogas.

O que aconteceu

Lula e Boulos classificaram a publicação do laudo falso como "inverdade" e "farsa". A campanha do candidato do PSOL entrou com ações na Justiça Eleitoral e Criminal. O psolista disse que espera que "a verdade circule mais do que a mentira circulou". Já o presidente cobrou punição "de quem mente" durante a disputa eleitoral e pediu celeridade nas investigações.

O presidente participou do último dia de campanha de Boulos em um ato na avenida Paulista. O clima na caminhada era de vitória entre apoiadores, deputados e ministros do governo Lula.

No início da caminhada, Boulos afirmou que, a poucas horas da votação, "o importante é que a verdade prevaleça sobre a mentira." "Eu tenho muita confiança de que a verdade vai vencer a mentira amanhã nas urnas e que as pessoas não vão depositar ódio, não vão depositar medo, não vão depositar ressentimento na urna. Elas vão depositar sonho e esperança", afirmou.

Ao final do ato, Lula criticou a lentidão da Justiça Eleitoral. "Às vezes, quando julga já acabou as eleições. Nós temos casos que do resultado (se passaram) quatro, cinco meses das eleições", afirmou o presidente. "Essa é uma briga imensa que nós temos a vida inteira. Não é fácil e não é a primeira vez que a gente diz que a Justiça é morosa", afirma. "Os juízes se queixam que tem muitos processos. Mas o dado concreto é que quando se trata de uma eleição, esse processo tem que ser julgado imediatamente."

O presidente disse ser difícil "votar com a quantidade de mentiras" que, segundo ele, tem sido disseminadas. Segundo Lula, a campanha eleitoral "vai para a televisão para contribuir com a informação para o povo", mas "a quantidade de inverdades e provocações" dificulta. "O Brasil está voltando a ser civilizado e a vitória do Boulos significa São Paulo 100% civilizada."

Eleição em SP é prioridade

Apesar de cancelamentos em agendas na reta final, Lula colocou a eleição paulistana como prioridade. O partido vê a capital paulista como um termômetro central para a força de Lula tanto para as eleições de 2026 quanto para os próximos dois anos.

Boulos foi um dos poucos candidatos apoiados que recebeu a presença do presidente durante a campanha. Além da capital paulista, o petista esteve só em Fortaleza e São Bernardo do Campo.

A expectativa da campanha era de que o ato deste sábado (5) criasse um "clima da vitória" e um "arco de alianças progressistas" em volta de Boulos. A avaliação é que o objetivo foi concluído. Boulos disse que cerca de 20 mil pessoas participaram da caminhada —a polícia não divulgou número.

Psolista também fez ato em Paraisópolis, na zona sul. Caminhada ocorreu sem a presença do presidente e da candidata a vice Marta.

Entenda a a divulgação do laudo falso

Marçal publicou no Instagram um laudo médico falso de Boulos. O documento é assinado por um médico que já morreu, tem erros de digitação e informações pessoais incorretas do candidato.

Médico está com registro suspenso no CRM-SP desde 2022. No site do órgão, a situação do profissional aparece como "falecido". A assinatura do documento forjado também é diferente da que aparece em um documento judicial de 2019.

Em vídeo ao vivo nas redes, Boulos pediu a prisão do administrador da clínica em que Marçal diz que ele foi atendido em 2021. "O dono da clínica tem um vídeo com o Pablo Marçal, é apoiador dele, e nós vamos publicar aqui no meu Instagram esse vídeo assim que eu terminar a live", afirmou.

Cerca de duas horas depois da publicação de Marçal, o ex-coach disse que o Instagram removeu o post. "Parabéns pela democracia de esquerda", disse o candidato. Neste sábado (5), a Justiça Eleitoral também determinou que Marçal e outros perfis apaguem postagens que trazem o prontuário médico forjado.

Sem apresentar provas, Marçal associa Boulos ao uso de cocaína desde o início da campanha. Ele já foi condenado pela Justiça Eleitoral a apagar publicações sobre o assunto nas redes sociais. No debate da TV Globo, o psolista apresentou um exame toxicológico feito no dia 2 de outubro com resultado negativo.

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