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Pesquisas para prefeito de SP mostram possível onda e alertam campanhas

Da esquerda à direita, os candidatos à Prefeitura de São Paulo Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB) - Reprodução
Da esquerda à direita, os candidatos à Prefeitura de São Paulo Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB) Imagem: Reprodução
do UOL

Do UOL, em São Paulo (SP)

04/10/2024 18h33

As pesquisas mais recentes de intenção de voto para a Prefeitura de São Paulo (SP) mostram uma tendência de alta para Pablo Marçal (PRTB), a poucos dias da votação.

O que mostram as pesquisas

A pesquisa feita pelo instituto Datafolha mostrou alta de 5 pontos percentuais (p.p.) em duas semanas. O candidato do PRTB passou de 19% no levantamento divulgado em 19 de setembro para 24% na pesquisa liberada nesta quinta-feira (4). A soma das oscilações ocorreu fora da margem de erro, que variou de 2 a 3 p.p. entre as duas semanas. Ao mesmo tempo, por outro lado, Marçal bateu recorde de rejeição entre eleitores.

Por mais que não apareça à frente dos adversários no Datafolha, a alta de Marçal foi a maior no período. Enquanto Marçal crescia, Ricardo Nunes (MDB) caiu 3 p.p. entre a pesquisa mais recente e a anterior: foi de 27%, na semana anterior, quando estava numericamente à frente, para 24% na pesquisa desta quinta-feira. Guilherme Boulos (PSOL) se manteve praticamente estável e aparece atualmente com 26%.

Marçal aparece à frente na pesquisa Real Time Big Data. O "ex-coach" saiu do terceiro lugar, com 23%, na última segunda-feira (30) e chegou à liderança numérica nesta sexta-feira (4), com 27%, empatando tecnicamente com Boulos (26%) e Nunes (24%) dentro da margem de erro da pesquisa.

A alta de Marçal nas sondagens Datafolha e Real Time Big Data indica um pico — ou uma possível "onda", como apontam os colunistas José Roberto de Toledo e Thais Bilenky — recente, logo às vésperas da votação.

Onda de Marçal ameaça Nunes e Boulos?

Para Leonardo Sakamoto, colunista do UOL, a alta de Marçal tem chance de melar cenário Nunes-Boulos no segundo turno. "Ao que tudo indica, Marçal não vai morrer na praia, como outros que tentaram chegar ao Palácio Matarazzo. Pode até não ir para o segundo turno, mas, se isso acontecer, vai chegar bem perto", analisa.

Cadeiradas, socos e o seu pugilato discursivo abaixo da cintura elevaram sua taxa de rejeição, a mais alta entre todos, mas não derrubaram sua intenção de voto. E rejeição é um problema para o segundo turno em uma eleição com vários candidatos viáveis, não para o primeiro
Leonardo Sakamoto

O voto envergonhado pode ser fator decisivo para Marçal. O candidato do PRTB aposta nos eleitores que não declaram voto nele, possivelmente por pressão social - Marçal é o mais rejeitado entre os concorrentes à Prefeitura: 53% dos paulistanos dizem que não votariam de jeito algum nele.

Esse voto seria um fator que vai mostrar o crescimento do Marçal nesta reta final (...) Esta é uma tese que também pode beneficiar o resultado do Boulos que padece do antipetismo que o Brasil vive intensamente, apesar de o Boulos não ser do PT, e sim do PSOL, analisa Carla Jimenez, editora-chefe de Política do UOL.

O cenário parece ser mais desfavorável para Nunes. A colunista do UOL Thais Bilenky apurou que, no debate de segunda-feira (30) do UOL e Folha de S.Paulo, o atual prefeito perdeu algo entre um e dois pontos em intenção de votos, segundo sua própria campanha, ao cair nas provocações de Marçal relativas ao B.O. registrado pela esposa por agressão. Além disso, o emedebista ficará sem o horário eleitoral a partir desta sexta-feira (4), com a campanha ficando apenas nas redes sociais, habitat natural do "ex-coach".

Para Boulos, segundo turno contra Marçal seria mais confortável. Todas as pesquisas mais recentes mostram que o psolista venceria o candidato do PRTB caso os dois se enfrentassem de novo em 27 de outubro. Contra Nunes, no entanto, o desempenho de Boulos não é tão certo em um possível segundo turno.

A colunista Raquel Landim, do UOL, apurou que marçalistas não acreditam nessa vantagem de Boulos. Em conversas reservadas com a coluna, fontes da elite paulistana afirmam que o tempo de TV igual no segundo turno pode favorecer Marçal e reduzir essa diferença. Também acreditam que o voto envergonhado nele é expressivo por causa das declarações polêmicas e da agressividade.

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