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Ministro libanês teme que seu país se torne 'nova Faixa de Gaza'

Fumaça e chamas sobem nos subúrbios ao sul de Beirute, no Líbano, após um ataque, em meio às hostilidades em curso entre o Hezbollah e as forças israelenses - REUTERS/Amr Abdallah Dalsh
Fumaça e chamas sobem nos subúrbios ao sul de Beirute, no Líbano, após um ataque, em meio às hostilidades em curso entre o Hezbollah e as forças israelenses Imagem: REUTERS/Amr Abdallah Dalsh

04/10/2024 16h21

"Tememos que o Líbano seja uma nova Faixa de Gaza", disse, nesta sexta-feira (4), o ministro libanês da Informação, Ziad Makary, na 19ª reunião de cúpula da francofonia realizada na França, no momento em que seu país é bombardeado por Israel.

"Acreditamos que ainda haja um pouco de esperança do lado diplomático, porque o Líbano é bombardeado a cada dia, cada noite, durante 24 horas. Bekaah, o Monte Líbano, o sul", disse o ministro no primeiro dia da reunião, realizada em Villers-Cotterêts.

Makary ressaltou que seu país conta com a França e com "a iniciativa franco-americana preparada em Nova York" e apoiada "por União Europeia, Catar, Emirados Árabes, Arábia Saudita, Japão, Austrália, Canadá, Suíça e Reino Unido".

O chanceler do Líbano, Abdallah Bou Habib, revelou nesta semana que Israel e o Hezbollah haviam aceitado a proposta da França e dos Estados Unidos para um cessar-fogo de 21 dias concebida durante a Assembleia Geral da ONU na semana passada, pouco antes de Israel assassinar Hassan Nasrallah, líder do movimento pró-Irã, em um bombardeio na capital libanesa.

Makary descreveu a atitude do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, como "criminosa". "Assassinou Ismail Haniyeh quando negociava o cessar-fogo. E assassinou Hassah Nasrallah quando negociava o cessar-fogo. Então sabia o que iria acontecer. Isso levou todo um país, e talvez toda a região, a uma guerra que não vai terminar nunca", disse à AFP.

"Como é possível viver com 2.000 vítimas, 10.000 feridos e 1.200.000 pessoas deslocadas no Líbano em uma semana?", questionou Makary, chamando de "inaceitável e não católica" a atitude dos Estados Unidos.

Washingon, que promove um cessar-fogo, entregou a Israel um novo pacote bilionário de ajuda militar, anunciaram na semana passada autoridades israelenses.

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