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Israel volta a realizar ataques aéreos ao sul de Beirute; alvo seria sucessor de Hassan Nasrallah

04/10/2024 05h56

Israel realizou uma nova série de ataques aéreos ao sul de Beirute na madrugada de sexta-feira (4), após a investida ao quartel-general do Hezbollah na véspera. O exército israelense também continua a enfrentar os combatentes do Hezbollah na área da fronteira no sul do Líbano, onde um nono soldado israelense foi morto na quinta-feira, assim como quinze combatentes do movimento xiita libanês.

Os novos ataques em Beirute desta noite ocorreram especialmente na área do aeroporto e na periferia sul da capital libanesa, relata o correspondente da RFI na região, Paul Khalifeh.

Segundo informações não confirmadas citadas pela mídia em Israel, um dos alvos de um desses ataques era Hashem Sefi al-Din, o cogitado sucessor de Hassan Nasrallah à frente do Hezbollah. Em retaliação, salvas de foguetes particularmente intensas foram disparadas do Líbano, principalmente em direção à Galileia e à região da cidade portuária de Haifa.

Os ataques israelenses no Líbano na quinta-feira (3), resultaram em 37 mortos e 151 feridos em 24 horas no país, segundo o ministério da Saúde libanês. O exército israelense atingiu especialmente o QG da inteligência do Hezbollah em Beirute.

O chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, chegou nesta sexta-feira a Beirute, no momento em que Israel intensifica seus bombardeios no Líbano contra o Hezbollah, conforme anunciou a agência nacional de notícias libanesa. Esta é a primeira visita ao Líbano de um alto funcionário iraniano desde o assassinato em 27 de setembro do chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um ataque israelense.

Estrada bombardeada

A estrada que liga o Líbano à Síria pelo ponto de passagem de Masnaa, utilizada nos últimos dias por centenas de milhares de refugiados para fugir dos bombardeios israelenses, foi cortada na manhã de sexta-feira após um ataque israelense, declarou o ministro libanês dos Transportes. O ataque, ocorrido em território libanês, fez uma cratera de quatro metros de largura, precisou Ali Hamieh.

O temor de uma escalada do conflito no Oriente Médio aumentou depois de o Irã lançar quase 200 mísseis contra Israel na terça-feira, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometer que a República Islâmica pagará por seu "grande erro". 

Os líderes dos países do G7 - Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido - expressaram "sua profunda preocupação com a deterioração da situação no Oriente Médio". 

"Não acredito que haverá uma guerra total. Acho que podemos evitar isso", disse o presidente americano Joe Biden. 

Biden declarou nesta quinta-feira que está em conversas com Israel sobre a possibilidade de atacar as instalações petrolíferas iranianas, o que impulsionou as cotações do petróleo. 

Antes do amanhecer, as tropas israelenses bombardearam um centro de atendimento de emergência gerido pelo Hezbollah no centro de Beirute, matando pelo menos sete pessoas, segundo o grupo. 

Saldo humano

Segundo números oficiais libaneses, cerca de 2 mil pessoas morreram no Líbano desde outubro de 2023, das quais mais de mil desde o início dos intensos bombardeios em setembro. 

Mais de 40 socorristas e bombeiros morreram em três dias nos bombardeios israelenses, segundo as autoridades libanesas. 

O governo do Líbano estima que cerca de 1,2 milhão de pessoas foram deslocadas por esses ataques. 

"Estamos indo de uma guerra para outra", lamenta Ahmad Mustafa, um sírio de 46 anos que, dez anos após fugir para o Líbano por causa da guerra civil, voltou a seu país natal com sua mulher e seus três filhos. 

A suspensão dos voos comerciais de diversas companhias aéreas levou muitos governos a organizarem operações para retirar seus cidadãos.     

Bombardeios em Gaza

Enquanto isso, os bombardeios continuam na Faixa de Gaza e nesta quinta-feira mataram pelo menos sete pessoas, segundo a Defesa Civil. 

Israel está em guerra com o Hamas desde o ataque sem precedentes do movimento islamista palestino em 7 de outubro de 2023, que resultou em 1.205 mortes, segundo um levantamento da AFP baseado em números oficiais israelenses. 

Até o momento, a ofensiva israelense deixou mais de 41.788 mortos no território palestino, em sua maioria civis, segundo as autoridades do governo do Hamas. 

O conflito também aumentou a tensão na Cisjordânia, onde a Autoridade Palestina denunciou a morte de 18 pessoas em um bombardeio israelense no campo de refugiados de Tulkarem, o ataque mais mortal desde 2000 neste território ocupado, segundo uma fonte de segurança palestina. 

(cCom AFP)

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