Biden adverte que Trump pode não reconhecer derrota pacificamente
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta sexta-feira que está confiante de que a próxima eleição presidencial será conduzida de forma justa, mas alertou que o candidato republicano, Donald Trump, e seu companheiro de chapa podem se recusar a aceitar o resultado.
"Estou confiante de que será livre e justa. Não sei se será pacífica. As coisas que Trump disse, e as coisas que ele disse da última vez, quando não gostou do resultado da eleição, foram muito perigosas", disse o presidente.
Biden disse que foi notável o fato de o companheiro de chapa de Trump, o senador JD Vance, não ter confirmado, durante o debate desta semana, que aceitaria o resultado da votação no próximo mês.
No debate entre os candidatos a vice-presidente na terça-feira, os moderadores perguntaram a Vance: "Você tentaria novamente contestar os resultados das eleições deste ano, mesmo se todos os governadores certificarem os resultados?" Em sua resposta, Vance disse que estava "focado no futuro" e então afirmou: "Veja, o que Trump afirma é que houve problemas em 2020".
Trump está concorrendo novamente, desta vez contra a vice-presidente democrata, Kamala Harris, na eleição de 5 de novembro, em uma disputa acirrada que se resumirá a um punhado de Estados decisivos.
Visitando um centro de resposta ao furacão Helene em Evans, Geórgia, nesta sexta-feira, Trump disse que não tinha ouvido o que Biden havia dito.
"Só posso esperar que seja livre e justa", disse ele aos repórteres. "Acho que neste Estado será, e espero que em todos os Estados seja."
Promotores disseram esta semana que Trump agiu fora do escopo de suas funções como presidente quando pressionou autoridades estaduais e o então vice-presidente Mike Pence para tentar reverter sua derrota nas eleições de 2020.
Um documento judicial de 165 páginas foi provavelmente a última oportunidade para os promotores detalharem seu caso contra Trump antes da eleição presidencial.
(Reportagem de Nandita Bose, Jarrett Renshaw; reportagem adicional de Steve Holland e Doina Chiacu)