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Perda de Vougledar é mais um revés para Ucrânia no leste do país, onde a bandeira russa foi hasteada

03/10/2024 14h30

A Rússia reivindicou nesta quinta-feira (3) a captura da cidade de Vougledar, no leste da Ucrânia, de onde as tropas de Kiev haviam anunciado a sua retirada na véspera, após uma batalha que durou mais de dois anos. Uma fonte ouvida pela RFI explica o significado dessa perda para o governo ucraniano, que recebeu a visita do novo secretário-geral da Otan. Mark Rutte reafirmou o apoio ocidental à Ucrânia. 

A Rússia reivindicou nesta quinta-feira (3) a captura da cidade de Vougledar, no leste da Ucrânia, de onde as tropas de Kiev haviam anunciado a sua retirada na véspera, após uma batalha que durou mais de dois anos. Uma fonte ouvida pela RFI explica o significado dessa perda para o governo ucraniano, que recebeu a visita do novo secretário-geral da Otan. Mark Rutte reafirmou o apoio ocidental à Ucrânia. 

As últimas notícias do front apontam para a progressão russa no leste da Ucrânia, onde a tomada de Vougledar, região de Donetsk, é simbólica. "Graças às ações do grupamento de tropas orientais, a localidade de Vougledar (...) foi libertada", anunciou o Ministério da Defesa russo, no Telegram. 

Como muitas outras cidades na Ucrânia, Vougledar foi completamente destruída. Não sobraram prédios em pé, todas as construções sofreram o impacto dos bombardeios russos, segundo o jornalista franco-russo Cyrille Amoursky. "Este é um pequeno vilarejo de mineração, sem importância em si, mas que era um centro de resistência para o exército ucraniano, que o defendeu durante 2 anos e meio, sem que os russos conseguissem avançar", disse em entrevista à RFI. "Os russos sofreram muitas perdas materiais e humanas neste lugar, mas, nas últimas semanas, eles intensificaram seus ataques até tomar a cidade", continua.  

A retirada da brigada ucraniana foi confirmada por Kiev e a bandeira russa foi hasteada sobre a prefeitura e outros locais públicos, onde restam poucos civis, afirma a mesma fonte. "Os ucranianos não têm a intensão de abandonar o front leste e nem o Donbass, mas visto a intensidade dos ataques russos e a falta de meios para se defender, eles não têm outra escolha", afirma Amoursky.  

Zelensky pede mais apoio  

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, insiste para que os aliados ocidentais acelerem as suas entregas de armas. Ele irá se reunir na próxima semana com os líderes dos países dos Bálcãs, numa reunião de cúpula organizada pela Croácia, anunciou o primeiro-ministro croata, nesta quinta-feira. O objetivo do encontro, realizado em Dubrovnik, no sul da costa croata no mar Adriático, é que "toda a região apoie a Ucrânia e o povo ucraniano na sua luta pela liberdade", declarou o chefe do governo croata, Andrej Plenkovic, durante uma reunião com os seus ministros. 

Esta é a segunda viagem de Zelensky este ano aos Bálcãs, depois de um encontro semelhante organizado em fevereiro na Albânia, onde ele já tinha pedido aos países da região armas e munições para enfrentar a Rússia. 

Esta visita ocorre num momento difícil para a Ucrânia, cujas forças estão em declínio na frente oriental, com falta de homens e de armas.  

Em visita à Kiev, o novo secretário-geral da Otan, Mark Rutte, reafirmou o apoio da Europa. O holandês tem sido um dos maiores defensores da ajuda militar à Ucrânia desde que a invasão começou, em fevereiro de 2022, chegando a ser descrito como "russofóbico" por Moscou. Em particular, Rutte liderou esforços para fornecer a Kiev caças F-16. "É minha prioridade e meu privilégio promover este apoio 'ocidental' para garantir que a Ucrânia vença", disse o ex-primeiro-ministro holandês, nesta quinta-feira, falando ao lado do presidente Volodymyr Zelensky. 

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