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Jornal francês teme 'guerra mundial' por falta de racionalidade de 'líderes inconsequentes'

02/10/2024 11h26

Os principais jornais franceses desta quarta-feira (2) repercutem o ataque iraniano contra Israel na terça-feira. "Até quando irá a guerra?", questiona a manchete do Libération, em capa ilustrada com uma imagem do céu israelense cravejado de mísseis. "Nunca foi tão grande o temor de uma guerra total na região", afirma a publicação de linha editorial progressista.

Os principais jornais franceses desta quarta-feira (2) repercutem o ataque iraniano contra Israel na terça-feira. "Até quando irá a guerra?", questiona a manchete do Libération, em capa ilustrada com uma imagem do céu israelense cravejado de mísseis. "Nunca foi tão grande o temor de uma guerra total na região", afirma a publicação de linha editorial progressista.

A expressão "guerra total" vem sendo utilizada por cientistas políticos para designar um confronto direto entre os grupos paramilitares e as Forças Armadas dos países envolvidos no conflito israelo-palestino, associados aos seus respectivos aliados externos.

Em seu editorial, o Libération afirma que o "todo-poderoso" e "sempre impune" primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, estava convencido de que o Irã não retaliaria a morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, grande aliado de Teerã. O regime dos aiatolás já havia adotado o mesmo comportamento em julho, após a eliminação do líder político do Hamas, Ismal Haniyeh, morto em uma operação israelense em Teerã.

Mas, segundo o editorialista, desta vez, a humilhação foi muito grande para o Irã. "Não responder significaria se dobrar diante do poder israelense", avalia. A resposta de Israel não demorou a chegar, "alimentando uma engrenagem louca de líderes inconsequentes, ameaçando a região de uma guerra total que pode se tornar mundial, caso todos os dirigentes não recuperem a razão rapidamente", afirma o texto. 

Maioria dos mísseis foi interceptada

O ataque iraniano também figura na capa do jornal Le Figaro: "Uma chuva de mísseis sobre as maiores cidades de Israel", diz o diário. Os projetéis visaram Tel Aviv, Jerusalém, Bersebá (sul), as colônias da Cisjordânia, enumera o texto, lembrando que a maioria dos cerca de 200 projéteis foram interceptados pelo célebre "Domo de Ferro", o sistema antimísseis israelense.

"Uma noite de horror em Israel", afirma o título de uma matéria do jornal Le Parisien. "Bastam 20 minutos para mergulhar um país inteiro no medo", afirma o diário. Os enviados especiais do jornal a Tel Aviv destacam que às 19h32 do horário local, centenas de sirenes soaram e o país inteiro se refugiou em abrigos durante pelo menos uma hora. Ao menos dois mísseis tocaram terra, ferindo dois israelenses e matando um palestino na Cisjordânia, destaca o Le Parisien

O Le Monde indica que o Irã utilizou, pela primeira vez, mísseis hipersônicos, "que podem planar e ser manobrados, o que torna suas trajetórias dificilmente previsíveis" para serem abatidos pelos sistemas de defesa antiaérea. O jornal também destaca que Teerã ameaça repetir a agressão, "de forma mais intensa e contra todas as estruturas israelenses", caso Israel resolva retaliar. O anúncio foi feito na manhã desta quarta-feira pelo chefe das Forças Armadas iranianas, Mohammad Bagheri, que classificou o governo israelense de "louco".

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