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Marçal ganha direito de resposta após Tabata compará-lo a traficante

Tabata Amaral e Pablo Marçal durante o debate do UOL/Folha - Reprodução/Debate UOL/Folha
Tabata Amaral e Pablo Marçal durante o debate do UOL/Folha Imagem: Reprodução/Debate UOL/Folha
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Do UOL, em São Paulo

01/10/2024 09h32

O TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) concedeu direito de resposta a Pablo Marçal (PRTB) contra Tabata Amaral (PSB), por vídeo em que ela o associa ao crime organizado e o compara a um "conhecido traficante".

O que aconteceu

Locutor do vídeo de Tabata insinua que a prefeitura seria tomada pelo crime se Marçal vencer. "Imagina alguém cercado de gente do crime organizado no comando da prefeitura. Isso não vai acontecer. São Paulo não vai virar San Pablo", diz a propaganda da candidata pelo PSB à Prefeitura de São Paulo.

Juiz relator do caso escreveu que o vídeo ofendia a honra do candidato do PRTB. "O conteúdo não pode ser interpretado como simples manifestação de opinião ou crítica política, mas sim como um ataque à honra e reputação do recorrente [Marçal], que, ao ser comparado a um conhecido traficante, tem sua imagem pública prejudicada", argumentou o magistrado Rogério Cury. A referência seria ao colombiano Pablo Escobar, embora o juiz não tenha mencionado o nome.

TRE-SP mandou apagar o vídeo e especificou o tempo em que Tabata deverá disponibilizar o direito de resposta. "Por tempo não inferior ao dobro em que esteve disponível o vídeo considerado ofensivo", diz a decisão. Se a campanha de Tabata descumprir a decisão, será multada em R$ 1.000,00 ao dia, além multa extra de R$ 5.320,50.

A decisão mudou entendimento anterior do tribunal. Marçal já havia pedido direito de resposta, mas a 2ª Zona Eleitoral negou. Depois de um recurso, o TRE reformou a decisão inicial na última sexta-feira (27).

PRTB e o PCC

O vídeo de Tabata tenta relacionar Pablo à suposta relação do presidente do PRTB com o crime organizado. Em áudio revelado pela Folha, Leonardo Avalanche diz que tem vínculos com o PCC. "Não tem o Piauí, de [inaudível]? Não tem o chefe do PCC que está solto? Ele é a voz abaixo", afirma Avalanche, referindo-se ao seu motorista. Piauí é ex-chefe do PCC na favela de Paraisópolis, zona sul de São Paulo.

Avalanche diz ainda que foi responsável pela soltura de André do Rap, outra liderança do PCC. "Eu sou o cara que soltou o André. A turma não sei se vai ter contar isso. Esse é o meu trabalho, entendeu? [...] Esse é o meu dia a dia. Faço um trabalho bem discreto", teria dito o presidente do PRTB.

Outros aliados do PRTB trocaram carros de luxo por cocaína, diz a polícia. Investigação mira Tarcísio Escobar de Almeida, ex-presidente estadual do PRTB, e Júlio Cesar Pereira, sócio de Escobar. Os dois são homens de confiança de Avalanche, principal articulador da candidatura de Marçal.

A dupla seria ligada a Francisco Chagas de Sousa, conhecido como Coringa, preso em 2020. A polícia diz ter encontrado conversas no celular de Coringa relacionadas aos "supostos investidores no tráfico de drogas", que seriam Júlio César e Escobar. A dupla forneceria carros a Coringa, que os enviava para o Paraná para serem trocados por droga. O lucro era dividido entre eles, segundo a investigação. Alguns dos veículos também seriam usados para o transporte dos entorpecentes.

Outro lado: Escobar, Júlio César e Avalanche negaram qualquer envolvimento com o PCC.

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