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Em meio a muitos desafios, Shigueru Ishiba toma posse como novo premiê do Japão

01/10/2024 09h57

Shigeru Ishiba, indicado na semana passada por seu partido, tornou-se oficialmente, nesta segunda-feira (1º), primeiro-ministro do Japão. Ele pretende convocar eleições legislativas antecipadas no final do mês, mas começa o mandato enfrentando uma série de desafios econômicos, políticos e internacionais.

Ishiba, de 67 anos, pai de dois filhos, tornou-se oficialmente o novo primeiro-ministro do Japão após votação no Parlamento. Ele deve anunciar em breve a composição de seu governo, que terá a tarefa de lidar com uma série de desafios econômicos, políticos e internacionais. Essa votação no Parlamento, onde a coalizão no poder detém uma confortável maioria, era apenas uma formalidade após a vitória de Ishiba na eleição de sexta-feira para liderar o Partido Liberal Democrata (PLD, de direita conservadora).

Em 2012 e 2017, Ishiba foi derrotado para assumir a liderança do partido, sempre enfrentando seu grande rival, Shinzo Abe. O mesmo cenário de derrota se repetiu na tentativa anterior de chegar ao poder, em 2020, diante de Fumio Kishida. O ex-ministro da Defesa e da Agricultura é bem visto pela opinião pública japonesa, mas sempre enfrentou a falta de popularidade entre os parlamentares.

Envelhecimento da população

Entre os diversos desafios nos planos econômico, político e na cena internacional, Ishiba terá que enfrentar a baixa no consumo das famílias japonesas e o baixo crescimento dos salários, que são obstáculos ao crescimento econômico do país. Shigeru Ishiba apoia a normalização monetária iniciada pelo Banco do Japão em 2024, uma posição que fez o iene subir na sexta-feira e provocou a queda da Bolsa de Tóquio na segunda-feira, com os investidores temendo, também, um possível aumento dos impostos corporativos.

A preocupante queda na taxa de natalidade no Japão - que tem a população mais envelhecida do mundo, atrás apenas de Mônaco - também deverá estar entre suas prioridades. Ishiba pretende lidar com os problemas relacionados à quantidade de horas de trabalho e fortalecer o apoio financeiro às famílias. Ele também terá de enfrentar a desconfiança dos eleitores em relação ao seu partido, após uma série de escândalos político-financeiros que abalaram a sua popularidade e a de Fumio Kishida.

Aliança militar regional

No cenário internacional, o novo líder também terá que lidar com as tensões regionais. Seu antecessor havia se comprometido a dobrar os gastos com defesa e a fortalecer os laços com os Estados Unidos e outros países preocupados com o crescimento do poder da China, além do comportamento da Rússia e da Coreia do Norte.

Ishiba, que visitou Taiwan em agosto, é favorável à criação de uma aliança militar na região, seguindo o modelo da Otan e seu princípio de defesa coletiva.

(com AFP)

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