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Boulos vai à Justiça pedir investigação contra Nunes por abuso de poder

O advogado da campanha Francisco de Almeida Prado, Guilherme Boulos (PSOL) e Laercio Ribeiro, presidente do PT em São Paulo - Ana Paula Bimbati/UOL
O advogado da campanha Francisco de Almeida Prado, Guilherme Boulos (PSOL) e Laercio Ribeiro, presidente do PT em São Paulo Imagem: Ana Paula Bimbati/UOL
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Do UOL, em São Paulo

01/10/2024 13h14

O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) disse que vai acionar à Justiça nesta terça-feira (1º) contra o prefeito Ricardo Nunes (MDB) por suposto abuso de poder político na campanha. Boulos, no entanto, não apresentou provas de todas as denúncias divulgadas em coletiva de imprensa.

O que aconteceu

Boulos disse que campanha recebeu denúncias de que o candidato à reeleição estaria usando a máquina pública para pedir votos. O psolista citou supostas reuniões que a campanha de Nunes teria feito com funcionários da rede conveniada da Educação com pedido de voto. "Empresas contratadas pela prefeitura tem convocado funcionários para pedir voto no atual prefeito", disse Boulos.

A reportagem procurou a campanha de Ricardo Nunes e aguarda retorno. O espaço está aberto para manifestações.

A ação que a candidatura do psolista afirma que vai protocolar na Justiça é de "investigação judicial eleitoral". "Nós provavelmente devemos fazer pedidos de produção de prova", afirmou o advogado da campanha, Francisco de Almeida Prado. O documento, segundo ele, deve ser protocolado no início da tarde desta terça.

Campanha diz ter recebido vídeo que mostra materiais de Nunes guardados na UPA Perus, na zona norte. As imagens compartilhadas pela equipe de Boulos mostram windbanners — as novas bandeiras usadas pelos candidatos com suas fotos e números de urna pelas ruas — do candidato à reeleição e de um vereador na área externa da unidade de saúde.

Uma pessoa seria responsável por guardar o material toda noite e, depois, pela manhã, retirar e espalhar nas proximidades da UPA, segundo Boulos. O candidato do PSOL afirmou que o vídeo chegou até a campanha ontem à noite e teria sido gravado no último domingo (29).

Boulos fala em "desespero" do candidato à reeleição e pede equilíbrio no processo eleitoral. "[Com] o nível de acirramento dessa reta final, é um desespero e um destempero do atual prefeito e dessa maneira parece que ele entra no vale tudo utilizando essas armas na reta final que desequilibram o processo eleitoral", afirmou.

Reportagem do UOL revelou que Nunes fez um ato de campanha em uma associação abrigada num equipamento público. A atitude viola a lei eleitoral que diz que durante as eleições agentes públicos não podem usar imóveis públicos para beneficiar candidatos. Em agosto, o UOL mostrou que servidores da prefeitura foram levados em um ônibus fretado para uma agenda de campanha do candidato à reeleição.

O que disse a campanha de Boulos

Nossa expectativa é que o ajuizamento da ação mostre que isso está sendo acompanhado, que isso gera consequências. Então não tem como pedir que alguém pare de coagir funcionários ou de usar a estrutura de um serviço de saúde para guardar material de campanha. A ação tem esse objetivo de alerta e de falar: 'nós estamos atentos e nós vamos pedir responsabilização para os ilícitos que ocorreram'.
Francisco de Almeida Prado, advogado da campanha de Boulos

A gente não pode aceitar que a eleição da principal cidade do Brasil seja afetada no seu resultado por um uso abusivo, ilegal e desproporcional da máquina pública que é o que a gente tem visto.
Guilherme Boulos, candidato à Prefeitura de São Paulo

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