Venezuela pede prisão de juiz que autorizou apreensão de avião na Argentina
A Venezuela vai solicitar a prisão do juiz argentino que autorizou a apreensão de um avião de carga do país na Argentina, informou nesta segunda-feira (30) o procurador-geral, Tarek William Saab, que já havia solicitado a prisão do presidente Javier Milei pela mesma acusação.
"Vamos ampliar as ordens de prisão" pelo "roubo do avião da Emtrasur", anunciou o procurador à imprensa, em meio à escalada entre ambos os países, e na qual a Justiça argentina ordenou a detenção do presidente venezuelano Nicolás Maduro em um caso por crimes contra a humanidade.
Saab especificou que o Ministério Público venezuelano emitirá 11 mandados de prisão internacionais adicionais relacionados ao caso, que incluem o juiz federal argentino Federico Villena, responsável por autorizar a apreensão no aeroporto de Ezeiza a pedido da Justiça dos Estados Unidos e da promotora Cecilia Incardona.
Também foi incluído na lista o deputado argentino Gerardo Milman.
"Vamos basear o pedido de ordens de prisão em [crimes de]: roubo qualificado, são ladrões vulgares revestidos de uma falsa entidade e autoridade para cometer estes crimes; lavagem de dinheiro, privação ilegítima de liberdade, simulação de ato punível, interferência ilegal, inutilização de aeronaves e associação para cometer crime", disse Saab.
Em 18 de setembro, um dia depois de uma ONG e procuradores federais solicitarem à Justiça argentina a prisão de Maduro, o Ministério Público venezuelano anunciou o processamento de mandados de prisão contra Milei, a sua ministra da Segurança, Patricia Bullrich, e a sua irmã e secretária-geral da presidência, Karina Milei.
"A Argentina repudia as ordens de prisão (...) após o incidente com o avião da empresa Emtrasur" respondeu então o Ministério das Relações Exteriores do país. "O caso referido foi resolvido pelo Judiciário, poder independente sobre o qual o Executivo não pode e não deve ter interferência", acrescentou.
A aeronave, retida em Buenos Aires desde junho de 2022 por uma ordem judicial durante o governo do esquerdista Alberto Fernández, foi vendida à Venezuela pela sancionada companhia aérea iraniana Mahan Air.
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