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Dívida bruta deve estabilizar em cerca de 81% do PIB em 2028, diz Ceron

30/09/2024 16h35

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A trajetória da dívida bruta do país deve estabilizar somente em 2028 disse à Reuters o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, ao estimar que o indicador, acompanhado de perto por investidores estrangeiros, deve alcançar algo perto de 81% do Produto Interno Bruto em quatro anos.

"Em 2028 teremos a estabilização. Na última rodada de projeções ela estabilizava em 79,8 por cento, a nova projeção continua estabilizando em 2028 e em torno de 81 por cento", disse ele a Reuters após participar de evento do G20 no Rio no Museu do Amanhã.

"O importante é estabilizar. Estabilizando, não é um grande problema", afirmou. "Tem tempo até lá, e se estabilizar em 2028 abaixo disso melhor", acrescentou.

A dívida bruta, que serve como referência para avaliar a capacidade de pagamento de um país, fechou agosto em 78,5% do PIB, segundo dados do Banco Central.

Os números da dívida estão em trajetória de alta como resultado do aperto monetário “adicional feito agora", de acordo com o secretário do Tesouro.

O Banco Central elevou os juros pela primeira vez em pouco mais de dois anos em sua última reunião este mês, com uma alta de 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano. As projeções mais recentes do mercado apontadas pelo boletim Focus do BC divulgado nesta segunda-feira apontam que a Selic chegará ao final do ano em 11,75%.

Cada ponto adicional dos juros tem um impacto de 30 bilhões de reais a 40 bilhões de reais sobre a dívida, disse Ceron. "Por mais que alta dos juros possa ser temporária ela tem um custozinho", afirmou.

Ele frisou que o país precisa “perseguir ainda mais o fiscal para neutralizar” os efeitos da política monetária mais apertada sobre a dívida bruta.

Questionado sobre quando será divulgada a revisão das projeções para a dívida, o secretário do Tesouro afirmou que mobilização dos servidores tem afetado o planejamento e a definição de datas.

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