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Justiça de SP mantém prisão de motorista de Porsche, que vai a júri popular

do UOL

Do UOL, em São Paulo

29/09/2024 12h03Atualizada em 29/09/2024 12h11

O TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo) manteve a prisão preventiva do empresário Fernando Sastre de Andrade Filho e decidiu levá-lo a júri popular. Sastre dirigia o Porsche que bateu em um carro de aplicativo, matando um homem e ferindo outro, na capital paulista.

O que aconteceu

Empresário será ouvido pelo 1º Tribunal do Júri de São Paulo. O julgamento ainda não tem data para acontecer. Até lá, não existindo "qualquer fato novo capaz de afastar a decisão que decretou a prisão preventiva", Sastre seguirá detido, segundo determinação do juiz Roberto Zanichelli Cintra. A decisão foi publicada no sistema do TJSP no sábado (28).

Citando testemunhas, juiz questionou 'natureza indesejada' da batida. Embora seus advogados atribuam o acidente à imprudência, Cintra diz não ser possível ignorar os relatos de quem esteve com Sastre antes da colisão. Testemunhas confirmaram que o motorista do Porsche havia consumido bebidas alcoólicas naquela noite e o viram "apresentar sinais aparentes de embriaguez em seu comportamento", relatou o juiz.

Sastre é réu por homicídio por dolo eventual e lesão corporal gravíssima. O acidente matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana e feriu gravemente Marcus Vinicius Machado Rocha, que estava ao lado de Sastre no Porsche. A denúncia foi apresentada pelo MPSP (Ministério Público de São Paulo) e aceita pelo TJSP em abril.

UOL tenta contato com a defesa do motorista do Porsche. O espaço segue aberto para manifestação.

Como visto, o acusado Fernando Sastre não nega que conduzia o automóvel Porsche, trazendo como seu passageiro a vítima Marcus, e então ter causado o choque com o veículo Sandero conduzido pela vítima fatal Ornaldo da Silva (...). Por consequência lógica, a autoria dos fatos descritos na denúncia mostra-se induvidosa.
Trecho de decisão do TJSP sobre o caso Porsche

'Linchamento'

À Justiça, advogados alegam que prisão é 'ilegal e desproporcional'. Jonas Marzagão e Elizeu Camargo Neto, que representam Sastre, citam que o empresário é réu primário e argumentam que "em nenhum momento tentou atrapalhar as investigações". Segundo os advogados, ele está sendo mantido preso apenas por "pressão da mídia".

Defesa também fala em 'linchamento moral' por parte da população. "Parte da imprensa lucrou muito com a exploração midiática do caso", declararam os advogados de Sastre à Justiça. Essa repercussão, acrescentaram, é "insuflada pelos vazamentos e pelo sensacionalismo da mídia".

Por conta da intensa atuação de parte da mídia e dos graves e criminosos vazamentos do processo que estava em sigilo, um acidente de trânsito, absolutamente lamentável, transformou um jovem de 24 anos, primário e trabalhador, no inimigo público número 1 desse país, como se todos os problemas fossem resolvidos com o seu encarceramento.
Advogados de Fernando Sastre, ao questionarem sua prisão

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