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Candidatos de Lula lideram em 6 capitais; os de Bolsonaro, em 14

O ex-presidente Bolsonaro com Nunes, e Boulos com o presidente Lula; empatados tecnicamente, os dois candidatos lideram pesquisas - Rafaela Araújo/Folhapress
O ex-presidente Bolsonaro com Nunes, e Boulos com o presidente Lula; empatados tecnicamente, os dois candidatos lideram pesquisas Imagem: Rafaela Araújo/Folhapress
do UOL

Do UOL, em Brasília

29/09/2024 05h30

Os candidatos apoiados pelo presidente Lula (PT) lideram as mais recentes pesquisas para a prefeitura de seis capitais, enquanto os ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estão à frente em 14.

O que aconteceu

Em duas capitais, candidatos de Lula e Bolsonaro estão tecnicamente empatados na liderança. Em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado Guilherme Boulos (PSOL) estão separados por um ponto percentual, enquanto em Natal há empate triplo, com diferença inferior a um ponto entre a deputada Natália Bonavides (PT) e o empresário Paulinho Freire (União Brasil), nome de Bolsonaro.

Em outras oito capitais, candidatos "neutros" lideram. Na maioria delas, no entanto, os candidatos são de partidos de centro-direita e nomes bolsonaristas ficam na segunda colocação, com chance de segundo turno, enquanto a esquerda amarga colocações mais baixas.

Entre os apoios, três de Lula e cinco bolsonaristas indicam vitória em primeiro turno. Os apoiados pelo presidente têm folga no Recife e no Rio de Janeiro, com chances em Teresina, e os próximos ao ex-presidente já apontam tendência de vitória em Boa Vista, Maceió, Salvador, Porto Velho e Rio Branco.

A reportagem usou como base a última pesquisa disponível até a tarde de sexta (27). Em cidades em que a pesquisa foi realizada pelo Instituto Datafolha, a última lançada foi a considerada.

Lulistas, sim; petistas, nem tanto

Metade dos candidatos de Lula que lideram não é do PT. No Rio e no Recife, os prefeitos Eduardo Paes (PSD) e João Campos (PSB), respectivamente, indicam vitória no primeiro turno, o segundo com ainda mais folga nas pesquisas. Nessas cidades, os nomes apoiados por Bolsonaro, o ex-diretor da PF Alexandre Ramagem (PL) e o ex-ministro Gilson Machado (PL), estão em segundo, com 17% e 7%, respectivamente.

Em Teresina, o deputado estadual Fábio Novo (PT) assumiu a liderança em pesquisa divulgada na quinta (26). Segundo o Instituto Credibilidade, ele tem 50% dos votos, contra 35% do ex-prefeito Silvio Mendes (União), que liderava com ele o pleito na última pesquisa Quaest. O prefeito Dr. Pessoa (PRD), nome de Bolsonaro, está em terceiro, com 4%. A capital piauiense é uma das que o PT aposta em conquistar, numa virada semelhante à conquistada pelo governador Rafael Fonteles (PT), eleito em primeiro turno em 2022 —seria uma vitória inédita na cidade.

O partido lidera ainda em Goiânia, um reduto bolsonarista. A deputada Adriana Accorsi (PT), com 22%, está tecnicamente empatada com o senador Sandro Mabel (União), com 24%. O ex-deputado estadual Fred Rodrigues (PL) está em quarto, com 9%. O deputado Gustavo Gayer (PL) era o nome inicial do ex-presidente, liderando as pesquisas, mas desistiu da disputa.

Bolsonaristas espalhados por todas as regiões

Candidatos do ex-presidente lideram em estados de todas as regiões. Parte deles busca a reeleição — alguns com indicação de vitória em primeiro turno. São os casos do prefeito Arthur Henrique (MDB), em Boa Vista; de JHC (PL), em Maceió; de Tião Bocalom (PL), em Rio Branco; e de Bruno Reis (União), em Salvador. Nessas cidades, os candidatos de Lula nem arranham nas pesquisas.

Os prefeitos Topazio Neto (PSD), de Florianópolis, e Sebastião Melo (MDB), de Porto Alegre, também lideram com apoio de Bolsonaro. A capital gaúcha é uma das poucas com possibilidade de segundo turno entre os dois polos. A deputada Maria do Rosário (PT) se consolidou em segundo lugar na disputa.

Outra capital é Curitiba. Bolsonaro apoia o vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD), nome do governador Ratinho Júnior (PSD), que lidera, enquanto o ex-prefeito Luciano Ducci (PSB) é o nome de Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), em segundo lugar, empatado tecnicamente com Ney Leprevost (União).

Nomes apoiados pelo ex-presidente lideram ainda em outras sete capitais, incluindo apoios à vereadora Emília Corrêa (PL) em Aracaju, à deputada estadual Janad Valcari (PL) em Palmas e ao deputado Beto Pereira (PSDB), em segundo em Campo Grande, tecnicamente empatado com a ex-vice-governadora Rose Modesto (União). Em Porto Velho, a ex-deputada Mariana Carvalho (União) lidera com possibilidade de vitória em primeiro turno.

Se não em primeiro, alguns bolsonaristas já beliscam vaga na segunda etapa. Em Manaus, o deputado Capitão Alberto Neto (PL) está em segundo lugar, atrás do prefeito David Almeida (Avante). Em Cuiabá, o deputado Abílio Brunini (PL) segue a dianteira do deputado estadual Eduardo Botelho (União).

Em Belém, Éder Mauro (PL) está atrás do deputado estadual Igor Normando (MDB), candidato do governador Helder Barbalho (MDB). Na capital paraense, Lula apoia o prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL), em terceiro lugar.

Empatados

Candidatos dos dois empatam tecnicamente em duas capitais. O último Datafolha apontou Nunes com 27%, contra 26% de Boulos, que oscilou para baixo enquanto o prefeito se manteve estável.

A eleição paulistana é crucial para Lula e o PT. Além de ser vista como uma antessala para 2026, há o agravante de que Nunes é não só o nome de Bolsonaro como o do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), cotado a concorrer contra Lula nas próximas eleições presidenciais.

Em Natal, há empate triplo. Com apoio da governadora Fátima Bezerra (PT), Bonavides assumiu a liderança numérica, colada com Freire, empresário bolsonarista, e o ex-prefeito Carlos Eduardo (PSD) —todos com a diferença de menos de um ponto percentual.

Por isso, a presença de Lula é tão demandada na cidade. O presidente venceu com folga na capital potiguar em 2022, mas ainda não encontrou com Bonavides para apoio eleitoral —e nem deve fazê-lo no primeiro turno. Se ela for para a segunda etapa, uma visita deve acontecer.

Cidades peculiares

Algumas capitais vivem situações ímpar. Em Belo Horizonte, o apresentador Mauro Tramonte (Republicanos) lidera o Datafolha do último dia 20, mas já começou a apresentar queda em outras pesquisas. O deputado estadual Bruno Engler (PL), em ascensão, está tecnicamente empatado com o prefeito Fuad Noman (PSD). O deputado Rogério Correia (PT) está em quinto, com 6%.

Fortaleza é ainda mais peculiar. O último Datafolha, do dia 17, já indicou subida do deputado André Fernandes (PL), ultrapassando numericamente o também bolsonarista —mas sem apoio oficial— Capitão Wagner (União), em queda. Pesquisas mais recentes mostram empate triplo entre os dois e o deputado estadual Evandro Leitão (PT), candidato lulista.

Maior cidade em que o PT tem candidato, Fortaleza é uma das cidades em que o partido espera vitória, mas a situação tem se complicado. Após racha entre PDT e PT locais —a chapa que elegeu o atual prefeito José Sarto (PDT), em quarto na disputa—, Lula e o ex-governador e ministro Camilo Santana (PT) têm tido sucesso eleitoral, mas o apoio bolsonarista se mostra cada vez maior.

Em outras capitais, há liderança de candidatos "neutros", mas à direita. Em Macapá, embora o PL esteja coligado com Aline Gurgel (Republicanos), o prefeito Dr. Furlan (MDB), que deve ser eleito em primeiro turno, também já declarou apoio a Bolsonaro. Em João Pessoa, o prefeito Cícero Lucena (PP), líder nas pesquisas, mantém boas relações com Lula, mas sempre esteve na oposição ao PT —na cidade, os candidatos Luciano Cartaxo (PT) e Marcelo Queiroga (PL) estão empatados em segundo.

Em São Luís, o prefeito Eduardo Braide (PSD) também é líder. Na cidade, PT e PL apoiam formalmente o deputado Duarte Júnior (PSB), mas o ex-presidente, que veta qualquer ligação ao petista, subiu no palanque do militar Dr. Yglesias (PRTB).

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