Em debate, Tabata diz que Boulos mudou de opinião sobre Venezuela e aborto
A deputada Tabata Amaral (PSB), candidata à Prefeitura de São Paulo, disse, durante debate da Record, que Guilherme Boulos (PSOL) mudou de opinião nessas eleições sobre Venezuela e aborto.
O que aconteceu
Tabata disse que adversário "abriu mão de posicionamentos históricos", mas que o PSOL manteve ideias que já tinha. "Você dizia que era a favor da descriminalização das drogas, e agora é contra. Dizia que era a favor da legalização do aborto, e agora diz que defende a lei do jeito que está. Nessa semana, exatamente, mudou sua posição em relação à Venezuela e diz agora, finalmente, que é uma ditadura", disse a candidata do PSB.
Deputada fez pergunta para saber como Boulos vai lidar com posição diferente do partido dele. "O seu partido mantém as mesmas posições. E Isso gera um questionamento para as pessoas. Se o seu partido é contra, quando já existe uma dificuldade, como você vai governar?"
Boulos respondeu que comentários de Tabata "não procedem com a verdade". "Eu lamento muito que você traga questões que não procedem com a verdade para o debate. Mas quando você se torna prefeito de uma cidade, ainda mais de uma cidade do tamanho de São Paulo, você não governa só para o seu partido, só com as suas ideias, você governa para a cidade inteira. É isso que eu vou fazer", afirmou o candidato do PSOL.
Campanha de Boulos avalia que estratégia de Tabata com crítica foi evitar perda de votos na reta final da campanha. O UOL apurou que, na avaliação da equipe do candidato do PSOL, a deputada tenta evitar queda nas pesquisas com eventuais migrações de votos dela para Boulos. Essa estratégia, para a campanha de Boulos, seria fazer acenos a eleitores mais moderados, mas que ainda são sensíveis a temas relacionados a drogas, aborto e Venezuela.
Campanha de Tabata diz que pergunta faz parte de preparação para abordar "temas sensíveis". Segundo a equipe dela, a estratégia da candidata foi criada especificamente para o debate da Record para ela se diferenciar dos adversários e enfatizar as propostas mais importantes, pensando nos temas mais valorizados pelo público da emissora.
Em campanha, Boulos chamou Venezuela de ditadura pela primeira vez. "Lógico, é um regime ditatorial", afirmou o deputado ao ser questionado durante sabatina ao SP1, da TV Globo. O candidato já havia criticado as eleições venezuelanas, mas sem fazer qualquer associação de que o regime de Nicolás Maduro seria autoritário.
A evangélicos, Boulos defendeu aborto legal e resgate de usuários de drogas. Em entrevista à rádio evangélica Musical FM, ele disse que defende que a lei seja cumprida em casos de interrupção de gravidez e lembrou dos casos em que a legislação brasileira prevê o aborto (situações de estupro, quando a gravidez impõe risco à vida da mulher e em casos de fetos anencéfalos). "Defendo que a lei seja cumprida."
*Participam desta cobertura: Anna Satie, Bruno Luiz, Caíque Alencar, Laila Nery, Manuela Rached Pereira, Rafael Neves e Saulo Pereira Guimarães, do UOL, em São Paulo, e Caio Santana, colaboração para o UOL.
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