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Justiça torna réus 'coaches' que davam cursos de como pegar mulheres

Justiça e Constituição - Pedro Augusto Pinho
Justiça e Constituição Imagem: Pedro Augusto Pinho
do UOL

Do UOL, em São Paulo

28/09/2024 21h57

A Justiça Federal de São Paulo tornou réus dois coaches estrangeiros e um brasileiro, responsáveis por promover cursos de como conquistar mulheres. Eles são acusados de induzir ou atrair menores de idade à exploração sexual.

O que aconteceu

Decisão atende a pedido do MPF (Ministério Público Federal) após indiciamento da Polícia Civil. O juiz do caso decidiu receber a denúncia e pediu para que Ziqiang Ke Mark, Thomas Firestone e Fabrício Marcelo Silva de Castro Júnior (chinês, americano e brasileiro, respectivamente) apresentem as suas defesas em um prazo de 10 dias.

Magistrado também determinou a retenção do passaporte do brasileiro. Ele considerou a medida menos gravosa e argumentou que o acusado pode ter vínculos com estrangeiros que poderiam auxiliar na sua fuga do país. Ele pediu que a medida fosse comunicada à Polícia Federal para impedir a saída de Castro Júnior do território nacional. A decisão foi publicada no dia 21 de setembro.

Clube composto por "coaches de namoro" era autointitulado MSC (Millionaire Social Circle), algo como "Círculo Social de Milionários". O grupo realizou uma festa em uma casa no Morumbi, na zona sul da capital, no final de fevereiro do ano passado, como um suposto curso com técnicas de conquista.

Mulheres que estiveram no evento disseram à polícia que foram filmadas e fotografadas sem aviso e que não sabiam do curso. Entre as supostas vítimas e testemunhas, 17 pessoas foram ouvidas pelo 34º Distrito Policial (Vila Sônia). O programa era liderado pelos acusados. Juntos, eles levaram os "alunos" para pôr em prática o conteúdo que aprendiam nos "cursos" e a aprender a ficar com mulheres de países como Colômbia, Chile, Costa Rica e Filipinas.

Acusados eram conhecidos por pseudônimos. O chinês Ziqiang Ke Mark era chamado de Mike PickupAlpha, e o americano Thomas Firestone, como David Bond.

Após a Polícia Civil de São Paulo abrir inquérito, o grupo de estrangeiros removeu parte de seu conteúdo online e tornou suas redes sociais privadas. O MSC vende cursos que variam de aproximadamente R$ 21 mil a R$ 264 mil nos quais os tutores ensinam a "experienciar a vida, o namoro e conhecer mulheres" com base nas "experiências combinadas de 50 mil mulheres de 40 países diferentes".

O que disseram os acusados

Em nota, a defesa do brasileiro informou, na época, que discorda "veementemente da imputação de participação criminosa ao Sr. Fabrício Castro".

A participação do Sr. Fabricio resume-se à intermediação do contrato de locação, uma vez que, o locador do imóvel exigiu que o contrato fosse assinado por um brasileiro, não sendo admitido a formalização do aluguel em questão por estrangeiro. Trecho da nota de defesa

O UOL segue tentando o contato com Ziqiang Ke Mark e Thomas Firestone.

*Com informações da agência Estadão Conteúdo

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