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Sobe para 60 número de mulheres que acusam Mohamed Al-Fayed, pai de ex de Lady Di, de agressões sexuais

27/09/2024 11h42

Em poucos dias a quantidade de mulheres que acusam o bilionário egípcio falecido no ano passado quase duplicou. Na semana passada, 37 supostas vítimas acusaram oficialmente Mohamed Al-Fayed de agressões e violências sexuais. Mas, em comunicado, os advogados que as representam indicaram nesta sexta-feira (27) que o número de denunciantes aumentou para 60. O escândalo ganha imensas proporções e choca o Reino Unido desde que foi exibido um documentário sobre o magnata realizado pela BBC.

Em poucos dias a quantidade de mulheres que acusam o bilionário egípcio falecido no ano passado quase duplicou. Na semana passada, 37 supostas vítimas acusaram oficialmente Mohamed Al-Fayed de agressões e violências sexuais. Mas, em comunicado, os advogados que as representam indicaram nesta sexta-feira (27) que o número de denunciantes aumentou para 60. O escândalo ganha imensas proporções e choca o Reino Unido desde que foi exibido um documentário sobre o magnata realizado pela BBC.

 

"Até o momento, respondemos a mais de 200 pedidos e mensagens vindos do mundo inteiro. Confirmamos que representamos agora 60 sobreviventes no âmbito de nossa ação, e outras virão", diz o comunicado. Os advogados afirmam ter "provas críveis" de agressões sexuais de autoria de Mohamed Al-Fayed que teriam ocorrido dentro de suas propriedades e empresas.

O bilionário egípcio era dono da rede de lojas de luxo Harrods, em Londres, do hotel Ritz, em Paris, e do clube de futebol inglês Fulham. O empresário ficou famoso no mundo inteiro porque um de seus filhos, Dodi Al-Fayed, namorou a princesa Diana nos anos 1990. O casal morreu em um acidente de carro em Paris, em 1997, ao tentar fugir de paparazzi. Já Mohamed Al-Fayed faleceu no ano passado, ao 94 anos, de causas naturais. 

Documentário da BBC

O caso veio à tona há uma semana, quando a BBC fez as primeiras revelações contra Al-Fayed em um documentário. Dezenas de mulheres, algumas delas menores de idade na época das supostas agressões sexuais acusam o bilionário egípcio.

"Acreditamos que abusos tenham ocorrido em todos os lugares por onde Mohamed Al-Fayed tenha passado. Infelizmente, isso é verdade", dizem os advogados das denunciantes.  

A equipe jurídica "Justiça para as sobreviventes de Harrods" anunciou que lancará uma ação civil contra a rede de lojas da qual Al-Fayed era proprietário. Segundo os advogados, foram examinadas várias denúncias de vítimas e empregados. Alegando que suas clientes "perderam toda a confiança na Harrods", a defesa reclama "um processo independente e transparente".

Já a direção da rede de lojas reconheceu na quinta-feira (26) uma "cultura tóxica" na empresa na época em que Mohamed Al-Fayed era proprietário. O bilionário chegou a assinar "acordos amigáveis" com algumas das acusadoras.

As denúncias vêm à tona no momento em que a Polícia Metropolitana de Londres está investigando se outras pessoas "poderiam ser acusadas" dentro deste caso. "É importante deixar claro nesta fase que não é possível instaurar um processo criminal contra alguém que morreu. No entanto, devemos garantir que exploraremos plenamente se outras pessoas poderão ser processadas", explica o comunicado da polícia.

O Ministério Público britânico admitiu ter sido informado sobre investigações sobre agressões sexuais contra o empresário egípcio, em 2009 e 2015, mas decidiu não iniciar inquéritos contra ele. Para iniciar o processo, as autoridades devem estar convencidas de que há perspectivas realistas de condenação", explicou um porta-voz, acrescentando que na época, "nossos procuradores concluíram que não era o caso".

Mohamed Al-Fayed, "um monstro"

Nascido em 27 de janeiro de 1929 em um subúrbio modesto da cidade egípcia de Alexandria, Mohamed Al-Fayed passou grande parte de sua vida no Reino Unido, onde comprou a rede Harrods, em 1985, revendida em 2010 ao fundo Qatar Investment Authority por 1,5 bilhão de libras (R$ 11 bilhões, na cotação atual). Em 1997, adquiriu e foi proprietário do clube de futebol Fulham até 2013. 

O ex-dono do Ritz também é acusado por ex-empregadas deste luxuoso hotel parisiense. Ele era "um monstro que pôde agir graças a um sistema", classificou o advogado Dean Armonstrong, em uma coletiva de imprensa em Londres em 20 de setembro. 

As vítimas são originárias da Austrália, Malásia, Itália, Romênia, Estados Unidos e Canadá. Elas denunciam agressões sexuais, assédio, beijos e toques forçados, intimidações e até exames ginecológicos aos quais foram obrigadas a realizar após suas contratações. O objetivo seria verificar que elas não sofriam de nenhuma doença sexual. 

Além de Londres e Paris, supostos crimes teriam ocorrido também em Saint-Tropez, no sul da França, e em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Outras vítimas também mencionaram a Villa Windsor, antiga residência do duque de Windsor e de sua esposa Wallis Simpson, restaurada por Al-Fayed, o que lhe valeu a Ordem Nacional da Legião de Honra, a mais alta condecoração da França.

(RFI com agências

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