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Nova ministra dos Direitos Humanos toma posse na presença de Anielle

do UOL

Do UOL, em Brasília

27/09/2024 11h51Atualizada em 27/09/2024 13h25

A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, tomou posse no Palácio do Planalto nesta sexta (27) na presença da ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial.

O que aconteceu

Macaé substituiu Silvio Almeida no início do mês após denúncias de assédio sexual. Em reunião com outros ministros no Planalto no dia 6, Anielle confirmou as acusações contra o colega publicadas na imprensa. Almeida foi demitido no mesmo dia.

Em sua fala, Macaé defendeu os direitos das minorias. "Nosso desafio no Brasil, ele segue praticamente o mesmo: afirmamos um Estado e uma sociedade efetivamente republicana, [com] direitos iguais", disse a ministra, em um discurso cheio de referências culturais, como Cartola, Dona Ivone Lara, Nego Bispo e Guimarães Rosa.

Macaé já está no cargo desde o dia 9. Ela já participou de eventos com o presidente Lula (PT) —e Anielle— no Rio de Janeiro e no Maranhão, mas ainda não havia feito discurso público. Hoje foi o primeiro.

"Precisamos criar políticas que estimulem a convivência e a solidariedade, acima de tudo", disse Macaé, ovacionada de pé pelos presentes. "O Ministério dos Direitos Humanos é dedicado a cuidar especialmente das pessoas mais vulneráveis no mundo social e a estimular a convivência na diversidade, implementar um plano de ação que tenha como premissa a valorização das potências, das populações, das periferias, favelas."

Quase todas as ministras participaram do evento. Além de Anielle, estavam no palanque as ministras Cida Gonçalves (Mulheres), Esther Dweck (Gestão e Inovação), Marina Silva (Meio Ambiente) e Nísia Trindade (Saúde). Macaé desceu a rampa do salão nobre do Planalto de braços dados com Lula e a primeira-dama Janja da Silva.

Professora, Evaristo tem histórico na educação e no ativismo negro. Ela foi secretária municipal de Educação de Belo Horizonte, na gestão Márcio Lacerda (PSB), e estadual da Educação de Minas Gerais, na gestão Fernando Pimentel (PT). Durante o governo Dilma Rousseff (PT), foi secretária de Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Ela estava no primeiro mandato como deputada estadual. É prima da escritora Conceição Evaristo, que leu alguns poemas durante o evento.

[Devemos implementar] um Brasil sem fome, sem miséria, sem racismo, sem machismo, sem capacitismo, sem LGBTQIA+fobia, sem etarismo, porque nós precisamos cuidar dos idosos. Para nós, direitos humanos, não é um termo retórico, ele só tem sentido se for materializado na vida cotidiana.

A primeira pergunta que a gente faz é: afinal, o que são esses tais direitos humanos? Por quê, presidente? Porque, infelizmente, na nossa sociedade brasileira, muita gente tem uma concepção de que direitos humanos são uma coisa de quem defende o bandido. E aí a gente tem o desafio.
Macaé Evaristo, durante sua posse

Ex-ministro foi acusado de assédio sexual

A ONG Me Too Brasil tornou pública as acusações contra Almeida, feitas de forma anônima, após reportagem do site Metrópoles. A reportagem citava a ministra Anielle como uma das vítimas.

Anielle confirmou denúncias de ONG. O UOL apurou com fontes próximas ao presidente Lula que a ministra confirmou a colegas da Esplanada que havia sido vítima de importunação sexual e assédio por parte de Almeida.

Almeida nega as acusações. Em nota divulgada após a demissão, o ex-ministro disse que pediu para ser demitido pelo presidente e que vai provar ser inocente.

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