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No palanque da ONU, Netanyahu ameaça Irã; operação terrestre no Líbano seria "breve", diz Israel

27/09/2024 11h48

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, usou o palanque da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, para ameaçar diretamente o Irã nesta sexta-feira (27). "Se vocês nos atingirem, nós atingiremos vocês", declarou o premiê, diante da representação iraniana no evento. Uma autoridade israelense também indicou que uma eventual operação militar terrestre no Líbano seria "o mais breve" possível.

Vaiado durante o discurso e boicotado por diplomatas de alguns países, o primeiro-ministro Netanyahu ressaltou que "não há lugar no Irã que o longo braço de Israel não possa alcançar". Ele reiterou, ainda, que Israel lutará em Gaza até a "vitória total" contra o grupo palestino Hamas.

"O Hamas deve partir", disse, ao apelar para o grupo no poder na Faixa de Gaza "depor as armas" para acabar com a guerra.

"Esta guerra pode acabar. Tudo o que o Hamas tem de fazer é render-se, depor as armas e libertar os reféns", salientou ele. "Se eles não o fizerem, lutaremos até alcançarmos a vitória, a vitória total. Não há alternativa", alertou.

Israel não vai parar até atingir "todos" os objetivos no Líbano 

No Líbano, onde Tel Aviv acelerou as operações na última semana contra o movimento xiita Hezbollah, aliado do Irã, Netanyahu adiantou que seu país continuará a investida até que "todos" os objetivos sejam alcançados. Uma possível operação terrestre do exército israelense no país vizinho seria "o mais breve" possível, segundo informou uma alta fonte das forças de segurança israelenses, nesta sexta-feira.

Falando sob condição de anonimato a um grupo de jornalistas, a fonte explicou que Israel "se prepara todos os dias e é certo que isso [operação terrestre] faz parte das opções" que o país tem à disposição, acrescentou. A fonte garantiu que os ataques no Líbano causaram numerosas mortes de integrantes do Hezbollah e reduziram significativamente as capacidades militares do movimento.

O Hezbollah começou a disparar foguetes contra Israel há quase um ano, alegando apoio ao seu aliado, o Hamas palestino, em guerra com Israel desde o ataque lançado em 7 de outubro em solo israelense, a partir da Faixa de Gaza. O alto funcionário de segurança israelense indicou que o objetivo das atuais operações militares realizadas no Líbano por via aérea também é eliminar os líderes militares do movimento xiita e "limpar" as áreas fronteiriças do norte de Israel, para que os residentes deslocados possam voltar às suas casas.

Na segunda-feira (23), caças israelenses começaram a bombardear diariamente os redutos do Hezbollah no Líbano, causando o êxodo de cerca de 118 mil pessoas, segundo as Nações Unidas. Durante este período, mais de 700 pessoas foram mortas no Líbano, de acordo com o Ministério da Saúde libanês.

Um oficial de segurança israelense refutou as acusações de que os ataques israelenses estavam matando um grande número de civis: "Não é como se eles estivessem publicando os nomes dos mortos. Muitos deles pertenciam ao Hezbollah", garantiu ele, enquanto acusava o Hezbollah de usar civis como escudos humanos.

Período mais mortal em uma geração, diz ONU

As Nações Unidas alertaram que o Líbano vive o "período mais mortal em uma geração". "As recentes escaladas no país são nada menos que catastróficas", assegurou o coordenador humanitário da ONU para o o país, Imran Riza, em uma coletiva de imprensa.

Os ataques de Israel são os mais fatais desde a última guerra entre o movimento pró-iraniano e Tel Aviv, em 2006. O confronto deixou mais de 1,2 mil mortos no Líbano, a maioria civis, e 160 em Israel, a maioria soldados.

Falando aos jornalistas em Genebra, a partir de Beirute, Imran Riza disse que "muitos temem que este seja apenas o começo" de um novo conflito. O funcionário da ONU também afirmou que o setor da saúde no Líbano "está completamente quebrado" com a imensa quantidade de vítimas dos ataques.

Com informações da AFP

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